De acordo com o movimento guerrilheiro militar Atesh, o exército russo está enfrentando um surto de cólera após a destruição da barragem de Kakhovka, na região ucraniana de Kherson, no dia 6 de junho, que resultou em inundações catastróficas. As informações são da revista Newsweek.
O grupo, formado por ucranianos e tártaros da Crimeia, afirmou que “informantes” de hospitais militares na região de Kherson e na península ocupada ilegalmente pela Rússia relataram um grande número de soldados russos sendo internados diariamente com suspeita de cólera, uma doença bacteriana potencialmente fatal. Além disso, o Atesh mencionou vários óbitos entre as forças invasoras devido à enfermidade.
Kakhovka, datada da era soviética, possui 30 metros de altura e 3,2 quilômetros de comprimento. Faz parte de uma usina hidrelétrica e retém um grande reservatório no rio Dnipro. Com o rompimento, a água se espalhou pelas terras, bem em meio ao início de uma esperada contraofensiva ucraniana para retomar os territórios tomados. O número de mortes causadas pelas enchentes, situação definida por Kiev como “o maior desastre ambiental causado pelo homem na Europa em décadas”, aumentou para 52.
Rússia e Ucrânia discordam sobre as causas do colapso. Moscou nega responsabilidade e acusa Kiev de ter explodido a barragem como distração para uma contraofensiva “vacilante”. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusa as forças russas de realizar um “ataque terrorista” de dentro da instalação.
Em meia a essa disputa de narrativas, problemas sanitários vieram à tona. Na última terça-feira (13), foram registrados casos de cólera e da bactéria E.coli em fontes de água no sul da Ucrânia, de acordo com Oleh Pavlenko, chefe da Inspeção Ambiental do Estado.
O movimento Atesh afirmou em sua página do Telegram que “os ocupantes estão sofrendo uma epidemia de cólera”, mencionando a perda de capacidade de combate e a morte de soldados russos nas unidades da direção de Kherson ao longo do Canal da Crimeia do Norte.
Segundo o grupo, o surto de cólera entre as tropas russas pode ser resultado do uso de água de fontes abertas devido às dificuldades de entrega de água engarrafada ou purificada em função das enchentes. O Atesh também alertou os moradores da região de Kherson e da Crimeia para terem cuidado com a água que consomem, devido aos danos causados pela explosão da barragem de Kakhovka e às possíveis doenças associadas.
O médico-chefe do Estado da Ucrânia, Ihor Kuzin, afirmou em uma entrevista ao site de notícias The New Voice of Ukraine que o país está preparado para enfrentar uma epidemia da doença.