Autoridade belga alerta para o risco de a Rússia atacar novos países em breve

Segundo o chefe de Defesa Michel Hofman, Moldávia, Lituânia, Letônia e Estônia podem ser os próximos alvos de Putin

A beligerância crescente da Rússia é uma ameaça não somente à Ucrânia, com quem está em guerra desde fevereiro de 2022, mas também a outros países vizinhos. Assim, uma nova invasão das tropas lideradas pelo presidente Vladimir Putin não pode ser descartada. A afirmação foi feita pelo chefe de Defesa da Bélgica Michel Hofman, que concedeu entrevista à emissora VRT News, cujo conteúdo foi reproduzido pela rede Euronews.

“Vemos que a Rússia mudou para uma economia de guerra”, disse Hofman. “Penso que temos razão em estar preocupados. A linguagem usada pelo Kremlin e pelo presidente Vladimir Putin é sempre ambígua. É possível que possam abrir uma segunda frente em algum momento no futuro, na Moldávia ou nos Estados bálticos.”

Tanques de guerra russos relaizam disparos (Foto: facebook.com/mod.mil.rus)

A Moldávia de fato teme uma agressão, e desde a invasão da Ucrânia vem aumentando os gastos militares. No final da semana passada, o Parlamento aprovou uma medida que oficialmente amplia em quase 70% o orçamento de Defesa, dinheiro que será investido sobretudo em sistemas de defesa aérea.

A presidente Maia Sandu externou a preocupação ao dizer que as duas maiores ameaças à segurança nacional atualmente são a corrupção e a “política agressiva da Federação Russa contra o nosso país e contra a paz em geral”, conforme relatou o site Euromaidan Press.

O principal ponto de tensão entre Rússia e Moldávia é a região da Transnístria, que se considera independente e é atualmente ocupada por tropas russa. Também para mostrar força aos russos, Chisinau realiza exercícios militares nesta semana em áreas próximas ao território separatista.

As nações bálticas também estão em alerta antes mesmo da agressão à Ucrânia, pois representam a principal linha de resistência ocidental no entorno de Moscou. Elas têm se posicionado entre os mais importantes apoiadores de Kiev durante o conflito, com apoio militar e ações duras contra Moscou.

A Lituânia aprovou, em maio de 2022, uma resolução que declara a Rússia um “Estado terrorista” e classifica as ações de Moscou na Ucrânia como genocídio. A Letônia, por sua vez, fechou uma emissora russa no país e prendeu um ex-ministro local por acusações de espionagem pró-Kremlin. Já a Estônia tem sido bastante vocal em favor da adesão da Ucrânia à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Aliás, o fato de fazerem parte da aliança militar transatlântica é o principal trunfo dos bálticos. Isso graças ao artigo 5º do estatuto da Otan, segundo o qual os países-membros “concordam que um ataque armado contra um ou mais deles na Europa ou na América do Norte deve ser considerado um ataque contra todos eles.” Isso tornaria uma eventual agressão russa um ataque contra os EUA e seus aliados.

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