Autoridades do Tadjiquistão prendem suspeitos do ataque terrorista em Moscou

Os nove detidos são suspeitos de terem vínculos com o grupo Estado Islâmico (EI), que reivindicou o atentado a uma casa de shows na capital russa

Na semana passada, autoridades tadjiques detiveram nove indivíduos em conexão com o ataque terrorista à casa de espetáculos Crocus City Hall, em Moscou, no último dia 22. Segundo a mídia local, as prisões foram realizadas em 25 de março pelo serviço de segurança do Estado no distrito de Vahdat, nos arredores de Dushanbe, e os suspeitos foram levados para a capital. Acredita-se que eles tenham ligações com o grupo Estado Islâmico (EI), que assumiu a autoria do ataque. As informações são da rede Radio Free Europe.

Fontes adicionais em Dushanbe relatam que entre os detidos há vários jovens. No dia anterior, fontes policiais tadjiques haviam anunciado a prisão de seis pessoas em Vahdat, suspeitas de planejar um ataque terrorista, sem fornecer detalhes adicionais.

Na quinta-feira (28), o Comitê de Investigação da Rússia anunciou a detenção de mais um suspeito relacionado ao ataque à sede da Prefeitura de Crocus, nos arredores de Moscou, que resultou na morte de mais de 140 pessoas. Embora não tenha revelado a identidade do suspeito ou detalhes sobre suas supostas ações, o comitê declarou que ele foi detido sob suspeita de financiar o ataque.

Crocus City Hall, em Moscou, destruído após o ataque terroristas de 22 de março (Foto: prefeitura de Moscou/WikiCommons)

Anteriormente, autoridades russas haviam prendido 11 suspeitos, incluindo quatro homens acusados de executar o ataque. Os suspeitos compareceram a um tribunal de Moscou em 24 de março, enfrentando acusações de terrorismo. Eles foram identificados como os cidadãos tadjiques Muhammadsobir Faizov, Saidakram Rajabalizoda, Dalerjon Mirzoev e Faridun Shamsiddin 

Na sexta (29), outro suspeito tadjique, Lutfulloi Nazrimad, de 23 anos, compareceu a uma audiência a portas fechadas no Tribunal Basmanny de Moscou. Segundo relatos do  jornal de negócios Kommersant, Nazrimad foi detido em 23 de março e confessou perturbação da ordem pública, sendo condenado a 15 dias de prisão administrativa pelo Tribunal Distrital de Preobrazhensky.

O Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), uma facção associada ao EI em território afegão e que atualmente rivaliza com o Taleban, reivindicou a responsabilidade pelo massacre, mas autoridades russas afirmaram, sem provas, que Ucrânia e Ocidente estiveram envolvidos. Kiev nega as alegações, acusando Moscou de usar isso como pretexto para intensificar conflitos em território ucraniano.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, chamou as acusações russas de “absurdas” e “propaganda”, enfatizando que os EUA compartilharam informações detalhadas sobre um possível ataque extremista em Moscou antes do incidente.

Kirby reiterou que o Estado Islâmico foi o único responsável pelo ataque e que os EUA tentaram prevenir o atentado, algo do conhecimento do Kremlin.

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