Chefe da Otan insta membros da aliança militar a aumentarem os gastos com defesa

Stoltenberg sugere um mínimo de 2% do PIB dos Estados-membros em despesas do gênero

Na quinta-feira (18), o secretário-Geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, instou os Estados-membros a aumentarem seus gastos com defesa e expressou otimismo em relação a um possível acordo sobre o assunto durante a cúpula da aliança militar na Lituânia, marcada para julho As informações são do jornal turco Yeni Şafak.

Falando com jornalistas em Lisboa, juntamente com o primeiro-ministro português António Costa, Jens Stoltenberg elogiou o apoio de Portugal à Ucrânia, destacando a entrega de tanques Leopard 2 e a contribuição do país por meio do abrangente pacote de assistência da Otan.

“Devemos tomar decisões ousadas e demonstrar nosso compromisso com o vínculo transatlântico”, disse ele na coletiva.

Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan (Foto: Otan/Flickr)

Na expectativa da cúpula da Otan a ser realizada na Lituânia em 11 e 12 de julho, Stoltenberg expressou seu desejo de que os líderes dos países membros cheguem a um acordo para comprometer um mínimo de 2% do produto interno bruto (PIB) de suas nações em gastos com defesa.

Referindo-se ao relatório de 2021 da aliança militar, ele destacou que, dos 30 países membros (31 incluindo a Finlândia), apenas sete atingiram a meta de alocar 2% do PIB para gastos com defesa antes do início do conflito entre Rússia e Ucrânia.

“A Otan ficará com a Ucrânia o tempo que for necessário”, disse ele, enfatizando que “as forças ucranianas têm as capacidades necessárias para retomar as terras ocupadas”.

Além disso, Stoltenberg expressou sua satisfação com as declarações recentes feitas pelos aliados sobre o fornecimento de mísseis de cruzeiro e o treinamento de pilotos ucranianos para operar caças ocidentais. Ele compartilhou que essas ações enviariam um forte sinal de apoio à Ucrânia durante a próxima cúpula em Vilnius.

Ele destacou que a cúpula seria uma chance de abordar “a contínua ameaça de terrorismo e instabilidade no Sul”, incluindo “as ações desestabilizadoras da Rússia na África, e agora a Rússia e a China estão fazendo incursões na região”.

Ele enfatizou que “devemos fazer mais para construir a capacidade de defesa com os principais parceiros do Sul, como Tunísia, Mauritânia e Jordânia”.

Durante o evento, o primeiro-ministro Costa ressaltou que o presidente russo, Vladimir Putin, sofreu uma derrota ao tentar revitalizar a aliança. Ele enfatizou que todos os países membros permanecerão firmes e determinados em suas ações até que uma paz justa e duradoura seja alcançada na Ucrânia.

Recorde de gastos

Os gastos militares globais cresceram pelo oitavo ano consecutivo em 2022, atingindo um recorde histórico de US$ 2,24 trilhões, disse um think tank sueco em abril. O forte aumento foi registrado principalmente na Europa, particularmente por conta das despesas de Moscou e Kiev com o conflito iniciado em fevereiro do ano passado.

Segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri, da sigla em inglês), enquanto os gastos globais tiveram acréscimo de 3,7%, no continente europeu o aumento foi de 13%, o maior em três décadas. O relatório apontou que a ajuda militar à Ucrânia e as preocupações com uma ameaça crescente da Rússia “influenciaram fortemente as decisões de gastos de muitos outros estados”.

O órgão independente acrescentou que, no ano passado, os países que mais gastaram com equipamento bélico foram os Estados Unidos, a China e a Rússia. Juntos, esses três representam 56% do que foi gasto em armas no mundo todo.

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