Na Hungria, diretor de museu fica no cargo após comparar Soros a Hitler

Szilard Demeter, da base de Orbán, é alvo de protestos de grupos judaicos após comentários em redes sociais

O diretor de uma das principais instituições culturais da Hungria, Szilard Demeter, teve de se retratar por comparar o filantropo de origem húngara George Soros ao regime nazista de Adolf Hitler. Na chefia do Museu Literário Petofi, na capital Budapeste, o homem agora se recusa a deixar o cargo.

De acordo com a Radio Free Europe, Demeter tirou o artigo do ar e deletou suas redes sociais após se pronunciar sobre o caso, no domingo (29). “O paralelo nazista pode ofender as memórias das vítimas”, disse.

O artigo de Demeter foi publicado no portal pró-Budapeste Origo.hu e amplamento criticado por grupos de direitos humanos, judaicos e de memória do Holocausto.

Nesta quarta (2), manifestantes foram até o museu, em Budapeste, para pedir pela renúncia de Demeter. Até agora, os pedidos não tiveram sucesso, informou o portal húngaro HVG.

Diretor cultural da Hungria se retrata por comparar George Soros a Hitler
O servidor do Ministério da Cultura da Hungria, Szilard Demeter (Foto: Reprodução/Hungary Today)

No texto, Demeter se referia a Soros como um “Führer liberal”, comparando-o a Hitler. Segundo o funcionário húngaro, o bilionário baseado nos EUA está transformando a Europa em uma “câmara de gás”.

O diretor se referia à crescente pressão da União Europeia sobre a Hungria e a Polônia, países em acentuados recuos democráticos. O bloco vive um impasse, já que outras nações exigem que os recursos de Bruxelas sejam usados apenas em nações que mantenham o Estado de direito.

Flagrante em Bruxelas

Outro baque à base de Orbán foi o flagrante do eurodeputado conservador húngaro Jozsef Szajer, em uma “festa privada” em Bruxelas, na Bélgica, na semana passada. A polícia interrompeu o encontro por conta das medidas de confinamento contra o novo coronavírus.

A imprensa belga relata que o parlamentar participava de uma orgia com outros 25 homens, mas ele se recusou a comentar. “Fui irresponsável e vou sofrer as consequências”, disse. Szajer teria sido pego pelos policiais fugindo por uma janela.

O deputado foi um dos fundadores do partido conservador do primeiro-ministro Viktor Orbán e critica abertamente o que chama de “valores liberais”, como o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção por casais homossexuais.

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