Wagner Group diz que está de volta à Ucrânia menos de um mês após morte de Prigozhin

Grupo paramilitar privado entrou em um limbo desde a morte de seu líder e agora parece retomar as atividades a serviço de Putin

Uma postagem feita no canal oficial do Wagner Group no aplicativo de mensagens Telegram sugere que os mercenários estão de volta ao território da Ucrânia, menos de um mês após a morte de seu antigo líder, Evgeny Prigozhin, em uma misteriosa tragédia aérea no dia 23 de agosto.

“Soldados de um dos pelotões do 1º destacamento de assalto, tendo reunido o seu próprio grupo independente, regressam à zona de conflito para proteger os interesses da Rússia e a vitória”, diz o post, sem citar diretamente a Ucrânia.

Na publicação, mercenários exibem bandeiras do Wagner e da Rússia. O texto diz que eles vão combater “em uma das áreas mais difíceis”, sem dar detalhes. Por fim, reproduz uma citação de Prigozhin: “Quando o nosso país precisar de nós novamente, voltaremos e protegeremos o nosso povo.”

Mercenários do Wagner Group em ação na Ucrânia (Foto: VK/Reprodução)

A manifestação surge em meio à incerteza quanto ao futuro da organização paramilitar privada, instalada desde as mortes de Prigozhin e do braço direito dele, Dmitriy ‘Wagner’ Utkin, cujo apelido serviu para batizar o grupo.

Sem o principal comandante, a entidade passou a operar mais próxima ao Kremlin, que tem interesses diversos. O Wagner vinha sendo crucial para a Rússia na guerra da Ucrânia, sobretudo na conquista estratégica da cidade de Bakhmut, na região de Donbass. Também marca forte presença em países africanos, onde Moscou tenta ampliar sua influência em detrimento do Ocidente.

O analista Samuel Ramani, membro do think tank britânico de defesa Royal United Services Institute (RUSI), também afirmou que os mercenários estão retornando. “O Wagner Group está supostamente enviando forças de volta para a linha de frente na Ucrânia”, disse ele através da rede social X, antigo Twitter.

Ramani cita outro indício de que os combatentes retornaram à Ucrânia. Segundo ele, Sergei Markov, um defensor fervoroso de Prigozhin, disse que a Ucrânia “está com medo” devido à volta dos mercenários à frente de batalha.

Ainda não está clara, porém, sob quais condições o Wagner vai operar. O presidente russo Vladimir Putin apresentou duas alternativas centrais. Os mercenários podem firmar contrato com as forças armadas regulares, passando a operar sob ordens do ministro da Defesa Sergei Shoigu, um desafeto de Prigozhin, ou seguir rumo a Belarus, onde muitos deles se instalaram depois do motim de junho na Rússia.

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