Com 92 casos confirmados, OMS monitora surto de varíola dos macacos

Há ainda 28 casos sob investigação, sem mortes reportadas até o momento. Agência alerta para transmissão sexual da doença

Desde 13 de maio de 2022, casos de varíola dos macacos foram relatados à OMS (Organização Mundial da Saúde) em 12 Estados-membros que não são endêmicos para o vírus. Segundo a agência, as investigações epidemiológicas estão em andamento, mas os casos relatados até agora não têm ligações com viagem a áreas endêmicas.

Em 21 de maio, 92 casos foram confirmados em laboratório e outras 28 suspeitas estão sendo investigadas. Nenhuma morte associada foi relatada até o momento. Espanha, Reino Unido e Portugal são os países com mais casos confirmados.

Com base nas informações atualmente disponíveis, os casos foram identificados principalmente, mas não exclusivamente, entre homens que fazem sexo com homens e que procuram atendimento na atenção primária e nas clínicas de saúde sexual.

A OMS está trabalhando com os países afetados para aumentar o monitoramento da doença e apoiar as pessoas que podem ser afetadas, assim como fornecer orientações sobre como gerenciar a doença.

A agência de saúde da ONU enfatizou que a varíola se espalha de maneira diferente da Covid-19, incentivando todas as pessoas a “se manterem informadas de fontes confiáveis, como autoridades nacionais de saúde”, sobre a extensão de qualquer surto em suas comunidades.

Macaco em Kyoto, no Japão (Foto: Jamie Haughton/Unsplash)

A situação está evoluindo, e a OMS diz esperar que haja mais casos de varíola dos macacos identificados à medida que a vigilância se expande em países não endêmicos. As ações imediatas se concentram em informar aqueles que podem estar em maior risco de infecção por varíola dos macacos com informações precisas, a fim de impedir a disseminação.

As evidências atuais disponíveis sugerem que estão em maior risco aqueles que tiveram contato físico com alguém infectado e sintomático.

A OMS também está trabalhando para fornecer orientações para proteger os profissionais de saúde da linha de frente e outros profissionais que possam estar em risco.

Sintomas

A OMS explica que a varíola dos macacos causa febre, erupção extensa característica e linfonodos geralmente inchados.

O período de incubação do vírus pode variar de cinco a 21 dias. O estágio febril da doença geralmente dura de um a 3três dias, com sintomas que incluem febre, dor de cabeça intensa, inchaço dos gânglios linfáticos, dor nas costas, dor muscular e falta de energia.

O estágio febril é seguido pelo estágio de erupção cutânea, com duração de duas a quatro semanas. A proporção de pacientes que morrem até hoje variou entre 0% e 11% em casos documentados e foi maior entre crianças.

Segundo a OMS, o tratamento de pacientes com varíola do macaco depende dos sintomas. A prevenção e o controle dependem da conscientização das comunidades e da educação dos profissionais de saúde para prevenir a infecção e interromper a transmissão.

A maioria das infecções resulta de uma transmissão primária de animal para humano. Assim, a OMS recomenda que o contato com animais doentes ou mortos deve ser evitado, e todos os alimentos que contenham carne ou partes de animais sejam devidamente cozidos antes de serem consumidos.

O contato com pessoas infectadas ou materiais contaminados deve ser evitado. Luvas e outras roupas e equipamentos de proteção individual devem ser usados ​​ao cuidar dos doentes, seja em uma unidade de saúde ou em casa.

De acordo com a OMS, as populações se tornaram mais suscetíveis à varíola como resultado do término da vacinação de rotina, que oferecia alguma proteção cruzada no passado.

A vacinação contra a doença mostrou ser 85% eficaz na prevenção da varíola dos macacos no passado.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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