Mais de 300 milhões de crianças no mundo vivem em pobreza extrema, segundo a ONU

Unicef afirma que, no ritmo atual, a meta de acabar com a pobreza infantil extrema até 2030 não poderá ser cumprida

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Estima-se que 333 milhões de crianças em todo o mundo vivam em pobreza extrema, de acordo com uma análise do Unicef (Fundo das Nações Unidas para Infância) e do Banco Mundial, divulgada na quarta-feira (13).

Embora o número de menores vivendo com menos de US$ 2,15 (R$ 10,5) por dia tenha diminuído de 383 milhões para 333 milhões entre 2013 e 2022, o impacto econômico da Covid-19 causou três anos perdidos de progresso.

A análise, divulgada antes da Semana de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas, alerta que, no ritmo atual, a meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de acabar com a pobreza infantil extrema até 2030 não será cumprida.

Crianças em assentamento para deslocados internos em Cabo Delgado, Moçambique, abril de 2021 (Foto: Unicef/Mauricio Bisol)

A diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, disse que, “com os investimentos certos e vontade, existe uma maneira de tirar milhões de crianças do que muitas vezes é um ciclo vicioso de pobreza.”

Ela ressaltou que “as crises acumuladas dos impactos da Covid-19, conflitos, mudanças climáticas e choques econômicos paralisaram o progresso” e impactam na população infantil. 

Russel pediu que os esforços sejam “redobrados para garantir que todas as crianças tenham acesso a serviços essenciais, incluindo educação, nutrição, saúde e proteção social.” 

De acordo com o relatório, a África Subsaariana detém a maior quantidade de crianças vivendo em extrema pobreza e responde pelo maior aumento na última década, saltando de 54,8% em 2013 para 71,1% em 2022.

O diretor global do Banco Mundial para Pobreza e Equidade, Luis-Felipe Lopez-Calva, disse que um mundo onde as crianças são “privadas não apenas de necessidades básicas, mas também de dignidade, oportunidade ou esperança, é simplesmente intolerável.”

Para acabar com a pobreza extrema e compensar o retrocesso da pandemia, o Unicef e o Banco Mundial pedem aos governos e parceiros que priorizem agendas de combate à pobreza infantil, incluindo a expansão da cobertura de proteção social. 

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