Mudança climática força transformações na agenda de trabalhadores humanitário

Segundo a OIM, somente em 2018 houve mais de 17,2 milhões de novos deslocados internos ligados a desastres naturais em 148 nações

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

A mudança climática está forçando a comunidade humanitária a inovar e se adaptar na forma como lida com a assistência em todo o globo.

Na reunião do Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc), encerrada na sexta-feira (23), o diretor-geral da Organização Internacional para Migrações (OIM), António Vitorino, afirmou que a agência segue apoiando autoridades locais e nacionais a fazerem um melhor uso dos dados sobre clima para se prepararem para deslocamentos internos e outras emergências. 

Ele disse que essas informações facilitarão a forma como os trabalhadores humanitários e os governos coordenam a resposta a eventos climáticos que forçam as pessoas a deixarem suas casas. 

O debate ocorreu no Segmento Humanitário do Ecosoc, em Genebra, que reúne legisladores e representantes dos países-membros da ONU (Organização das Nações Unidas), além de chefes de agências e parceiros do trabalho humanitário.  

Um grupo de pessoas na Etiópia caminha em meio à seca que afeta o país (Foto: Unicef)

A plataforma, conhecida na sigla em inglês como Ecosoc HAS, tem sido o espaço para discussões sobre fortalecimento da eficiência da assistência humanitária desde 1998. 

Com o aumento da frequência de desastres naturais repentinos, a resposta humanitária nacional e internacional, quando solicitada, tende a ficar prejudicada, principalmente com a chegada tardia de fundos e recursos financeiros. 

Seca e ciclones 

A OIM lembra que somente em 2018, houve mais de 17,2 milhões de novos deslocados internos associados a desastres naturais em 148 países e territórios. 

Naquele mesmo ano, a seca obrigou 764 mil pessoas na Somália, no Afeganistão e outros países a fugirem de suas casas. Em 2019, o ciclone Idai desalojou 73 mil mulheres, homens e crianças em Moçambique

Um dos exemplos citados no Segmento Humanitário do Ecosoc foi o da Somália. Apesar de se saber que a onda de deslocados internos pela seca seria grande, a resposta do financiamento foi lenta e não pôde atender, de forma eficiente, às áreas afetadas. 

Neste ano, eventos paralelos e de alto nível sobre desastres e deslocamentos, relacionados à mudança climática, foram copatrocinados pela União Europeia (UE), agências da ONU e pelas organizações da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. 

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