ONU: 2021 deve ser um ano de oportunidades, diz Guterres

Secretário-geral da ONU cobrou resposta dos Estados à pandemia, desigualdades, direitos humanos e clima

Este conteúdo foi publicado originalmente na agência ONU News, da Organização das Nações Unidas

O secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu 2020 como um “annus horribilis”, ou ano horrível, em latim, devido à pandemia da Covid-19, a emergência climática e outras ameaças globais.  

Em discurso na Assembleia Geral, ele realçou várias oportunidades e pediu aos Estados-membros que transformem 2021 em um “annus possibilitatis”, um ano de possibilidades, oportunidade e esperança. 

ONU: 2021 deve ser um ano de oportunidades, diz Guterres
O secretário-geral da ONU, António Guterres, no Palácio das Nações, em Nova York, janeiro de 2021 (Foto: UN Photo/Mark Garten)

Para isso, Guterres destacou dez prioridades, incluindo a resposta à pandemia, recuperação da crise de saúde, combate às mudanças climáticas e a perda de biodiversidade.  

O chefe da ONU também mencionou pobreza e desigualdade, direitos humanos, igualdade de gênero e paz e segurança, lembrando o seu apelo por um cessar-fogo global feito em março passado. 

Agenda 2030 

Segundo Guterres, a Agenda 2030 é o caminho para alcançar todos esses objetivos. Ele pediu um reinício da Década de Ação para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030. 

Sobre mudança climática, o secretário-geral disse os Estados-membros devem cumprir seus compromissos até novembro, quando ocorrerá a Conferência da ONU sobre Mudança Climática, COP-26, marcada para Glasgow, no Reino Unido.  

Os países têm várias metas. Entre elas, formar uma coalizão de neutralidade de carbono para cobrir 90% das emissões de gases de efeito estufa e submeter Contribuições Nacionais Determinadas ambiciosas. 

Os Estados-membros também devem arcar com o financiamento de US$ 100 bilhões para os países em desenvolvimento adotarem políticas de transição de combustíveis fósseis. O investimento também deverá alinhar políticas fiscais e econômicas com a neutralidade de carbono. 

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Agente de saúde prepara dose de vacinação polivalente a crianças do vilarejo de Kombaka, na cidade de Mopti, Mali, em março de 2019 (Foto: Unicef/Seyba Keita)

Racismo e neonazismo 

Sobre a resposta à pandemia, o secretário-geral repetiu a necessidade de ter uma distribuição global de vacinas.  

“Se deixarmos o vírus se espalhar, ele inevitavelmente sofrerá mutações e se tornará mais transmissível, mais mortal e mais resistente às vacinas”, apontou.

Sobre direitos humanos, Guterres destacou a luta pela justiça racial em 2021. A desigualdada ainda permeia instituições, estruturas sociais e o cotidiano, disse. “Todos devem se levantar contra a onda de neonazismo e supremacia branca”.

Guterres pediu ainda que a comunidade internacional retorne ao “bom senso” para evitar uma Grande Fratura que dividiria o mundo em dois. Segundo ele, o mundo não pode resolver seus maiores problemas quando as maiores potências estão em conflito. 

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