Preços dos alimentos caem em julho pelo quinto mês consecutivo, diz relatório

Apesar das quedas recentes, o Índice de Preços de Alimentos da FAO foi 13,1% maior se comparado a julho de 2021

A FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) publicou nesta sexta-feira (5) o Índice de Preços de Alimentos para o mês julho. De acordo com o relatório, houve uma queda de 8,6 % no índice global em relação a junho, marcando o quinto declínio mensal consecutivo desde que atingiu máximas históricas no início deste ano.

Entretanto, o Índice de Preços de Alimentos da FAO permaneceu 13,1% maior se comparado a julho de 2021. As cotações internacionais para todos os tipos de óleo caíram.

No último mês, o maior declínio percentual foi no preço dos cereais e óleos vegetais. No caso destes últimos, os preços diminuíram 19,2% em relação ao mês anterior, marcando uma baixa de dez meses.

Óleo de soja (Foto: Wikimedia Commons)

Já óleo de palma ficou mais barato devido às perspectivas de amplas disponibilidades de exportação para fora da Indonésia, e o óleo de colza respondeu às estimativas de maior oferta de novas safras. Os preços do óleo de soja estão em queda devido à demanda lenta e prolongada.

E os consumidores do óleo de girassol também notaram uma queda acentuada em meio à demanda de importação global moderada, apesar das contínuas incertezas logísticas na região do Mar Negro.

Os preços mais baixos do petróleo bruto puxaram os valores do óleo vegetal para baixo.

O açúcar caiu 3,8% em relação a junho, em meio a preocupações com as perspectivas de demanda. O motivo são as expectativas de uma desaceleração econômica global, um enfraquecimento do real brasileiro e preços mais baixos do etanol, resultando em maior produção de açúcar no Brasil.

Indicações de maiores exportações, assim como perspectivas favoráveis ​​de produção na Índia, também contribuíram para a queda nos preços mundiais do produto.

Já o valor dos cereais caiu 11,5% no mês, permanecendo 16,6% acima do preço de julho do ano passado. A queda foi liderada pelo trigo, em parte como reação ao acordo alcançado entre a Ucrânia e a Rússia para desbloquear as exportações dos principais portos do Mar Negro e em parte à disponibilidade sazonal das colheitas no hemisfério norte.

Os preços dos grãos de milho baixaram 10,7%, também devido, em parte, ao acordo do Mar Negro, mas também ao aumento das disponibilidades sazonais na Argentina e no Brasil. Os preços internacionais do arroz também caíram pela primeira vez este ano.

O Índice de Preços de Laticínios da FAO caiu 2,5% em relação a junho, em meio a uma atividade comercial fraca, mas ainda em média 25,4% acima do valor de julho de 2021.

O leite em pó e a manteiga chegaram mais baratos às prateleiras, enquanto o queijo permanece estável, impulsionado pela demanda nos destinos turísticos europeus.

Os preços internacionais da carne de aves atingiram um recorde histórico, sustentado pela firme demanda global de importação e pela escassez de oferta devido aos surtos de gripe aviária no Hemisfério Norte.

Segundo o economista-chefe da FAO Maximo Torero, apesar do declínio neste mês, muitas incertezas permanecem, incluindo os altos preços dos fertilizantes que podem afetar as perspectivas de produção futuras e os meios de subsistência dos agricultores, representando uma pressão para a segurança alimentar global.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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