Vacinas podem evitar meio milhão de mortes por resistência antimicrobiana, diz OMS

Estudo revela potencial da imunização para impedir propagação de bactérias, vírus, fungos e parasitas resistentes a tratamentos

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

As infecções resistentes a medicamentos causam 4,95 milhões de mortes por ano, a maioria delas em países em desenvolvimento. Um novo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado na sexta-feira (28), descobriu que mais de meio milhão de vidas poderiam ser salvas, a cada ano, com o uso eficaz de vacinas.

A resistência antimicrobiana, ou RAM, ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas se adaptam ao longo do tempo e deixam de ser suscetíveis aos tratamentos existentes. O problema foi descrito pela OMS em 2019 como uma das dez principais ameaças globais à saúde pública.

O novo estudo, publicado no jornal científico Bristol Medical Journal, destaca a importância das medidas preventivas, incluindo a vacinação, para desacelerar e conter a propagação da RAM.

As vacinas contribuem para um declínio nas infecções entre pessoas imunizadas e não imunizadas. Por isso, elas reduzem a necessidade de usar antimicrobianos, minimizando o risco de uso indevido. Como resultado, a disseminação de cepas resistentes cai.

Vacinação contra a Covid-19 (Foto: divulgação/paho.org)
Impactos positivos na África e Ásia

De acordo com o estudo, a maior redução de mortes seria sentida na África e no sudeste asiático, que atualmente concentram dois terços da carga de RAM evitável por vacina. 

Os maiores impactos seriam em relação a bactérias que causam a tuberculose e a pneumonia nessas regiões. 

Em nível global, a proporção estimada de pessoas com tuberculose resistente em 2021 foi de 3,6% entre os novos casos e de 18% entre os previamente tratados.

Outras medidas preventivas

Segundo a OMS, as vacinas são uma ferramenta valiosa para reduzir a propagação da RAM, juntamente com outras medidas para prevenir, diagnosticar e tratar infecções.

Dentre elas estão a garantia de acesso à água, saneamento e higiene, especialmente em unidades de saúde, programas de prevenção e controle de infecções e garantia do acesso e uso adequado de diagnósticos e medicamentos, incluindo antibióticos.

O estudo foi realizado pela OMS, pelo Instituto Internacional de Vacinas da Coreia do Sul e pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. 

Os autores usaram dados de 2019 para modelar o impacto potencial de 15 vacinas contra agentes infecciosos da lista de patógenos bacterianos prioritários da OMS.

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