Ataque suicida mata governador nomeado pelo Taleban no nordeste do Afeganistão

Nenhum grupo havia assumido a autoria do atentado, embora todos os indícios apontem para o Estado Islâmico-Khorasan (EI-K)

Um ataque a bomba, nesta terça-feira (6), matou Nisar Ahmad Ahmadi, governador interino nomeado pelo Taleban na província de Badakhshan, no nordeste Afeganistão. As informações são do site The Defense Post.

Um terrorista suicida guiando um carro-bomba acionou o explosivo quando se aproximou do veículo que levava Ahmadi. As informações foram confirmadas por Muazuddin Ahmadi, chefe de cultura e informação da província.

Antes de assumir o cargo de forma interina, no mês passado, Nisar Ahmad Ahmadi era o vice-governador provincial. A explosão que o vitimou matou também o motorista que dirigia o veículo, enquanto outras seis pessoas ficaram feridas.

Nenhum grupo assumiu a autoria nas primeiras horas após o atentado, embora os indícios apontem para o Estado Islâmico-Khorasan (EI-K).

Em dezembro do ano passado, o chefe de polícia de Badakhshan já havia sido morto em um ataque semelhante do EI-K, facção local do Estado Islâmico (EI) e principal ameaça à segurança afegã desde que o Taleban assumiu o poder, em agosto de 2021.

Combatentes do Estado Islâmico-Khorasan no Afeganistão (Foto: reprodução de vídeo)
Por que isso importa?

Embora tenha ganhado notoriedade somente após o Taleban ascender ao poder, o EI-K não é novo no cenário afegão. O grupo extremista opera no Afeganistão desde 2015 e surgiu na esteira da criação do EI do Iraque e da Síria. Foi formado originalmente por membros de grupos do Paquistão que migraram para fugir da crescente pressão das forças de segurança paquistanesas.

Desde que a ocupação estrangeira no Afeganistão terminou e que o antigo governo foi deposto pelo Taleban, os principais alvos do EI-K têm sido a população civil e os próprios talibãs, tratados como apóstatas pelo Khorasan, sob a acusação de que abandonaram a jihad por uma negociação diplomática.

Os ataques suicidas são a principal marca do EI-K, que habitualmente tem uma alta taxa de mortes por atentado. O mais violento de todos eles ocorreu durante a retirada de tropas dos EUA e da Otan, quando as bombas do grupo mataram 182 pessoas na região do aeroporto de Cabul.

Não há diferença substancial entre o EI e sua facção afegã, o EI-K. Somente o que os diferencia é o local de origem, a região de Khorasan, originalmente parte do Irã.

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