Coalizão liderada pela Arábia Saudita lança ataques aéreos com vítimas civis no Iêmen

Áreas residenciais da capital iemenita foram atingidas durante a resposta militar dada por caças F-15 nesta terça (18)

Um dia após um ataque com drones executado pelo grupo rebeldes dos houthis nos Emirados Árabes Unidos (EAU), nesta terça-feira (18) a coalizão liderada pela Arábia Saudita respondeu com ofensivas aéreas na capital do Iêmen, Sanaa, deixando mais de uma dezena de mortos. As informações são da agência catari Al Jazeera.

O contra-ataque foi coordenado contra fortalezas e acampamentos de propriedade dos insurgentes alinhados ao Irã, informou a mídia estatal saudita, dizendo que os alvos seriam “líderes terroristas”. Ao menos 14 pessoas morreram, segundo estimativas iniciais. A casa de um ex-oficial militar foi atingida, matando seu filho de 25 anos e outros integrantes da família, relatou a agência Reuters.

Áreas residenciais da capital iemenita foram bastante danificadas, sendo um dos alvos a casa de um ex-oficial do exército (Foto: Twitter/Reprodução)

Os números e mortos, porém, variam conforme a fonte. De acordo estimativas divulgadas pelo vice-ministro das Relações Exteriores dos houthis, os ataques da coalizão na cidade mataram aproximadamente 20 pessoas. Já a emissora de televisão Al Masirah, também administrada pelos rebeldes, disse que as investidas das forças sauditas danificaram casas, mataram pelo menos 12 pessoas e deixaram outras 12 feridas.

O canal árabe Sky News Arabia noticiou que aeronaves F-15 neutralizaram “dois lançadores de mísseis balísticos que foram usados ​​nesta segunda-feira (17) para atingir o território dos Emirados Árabes Unidos”.

O ataque houthi ocorre 15 dias após a organização ter apreendido um navio com bandeira dos Emirados Árabes Unidos na costa do Iêmen. Abu Dhabi diz que a embarcação Rwabee, que teve seus 11 tripulantes feitos como reféns, é um “navio de carga civil”, porém, os houthis insistem que o barco fazia o transporte de armas.

Por que isso importa?

O grupo rebelde dos houthis, alinhado ao Irã, foi responsável por expulsar o governo do Iêmen da capital iemenita Sanaa em 2014, dando início a um conflito no país do Oriente Médio que perdura até hoje. Uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, também integrada pelos EAU, interveio a favor dos antigos governantes, acusados de corrupção pelos militantes de oposição.

Desde janeiro de 2021, quando Washington incluiu os rebeldes em sua lista de grupos terroristas internacionais, o grupo intensificou os ataques com mísseis e drones contra a Arábia Saudita. Os houthis rejeitam a proposta saudita de cessar-fogo e exigem a abertura do espaço aéreo e dos portos do Iêmen.

Há relatos de que os houthis recrutam menores – em especial crianças – para a linha de frente das batalhas e para esgotar as munições das forças adversárias

crise humanitária decorrente dos combates é tida como o mais grave do mundo. Em virtude dos combates, cerca de dois milhões de civis migraram para centenas de alojamentos improvisados no meio do deserto. O acesso a alimentos e água potável é escasso.

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