Mesmo em recessão, todos os países do Oriente Médio devem ter alguma recuperação econômica em 2021. As exceções são Líbano e Omã, que enfrentam forte crise, informou o FMI (Fundo Monetário Internacional) em um relatório publicado na segunda (19).
De acordo com o FMI, a economia global teve retração de 4,4% em 2020. Essa é a maior queda anual desde a Grande Depressão, em 1930.
Com uma contração de 25%, a economia libanesa é a que sofrerá o maior impacto nos anos seguintes.
Se antes da pandemia as estimativas contavam que 45% da população terminaria 2020 na pobreza, hoje o índice é ainda mais preocupante: 75% dos libaneses tendem a entrar em 2021 mais pobres.
Enquanto tenta se reconstruir após a explosão que deixou mais de 200 mortos e feriu seis mil pessoas, Beirute busca formas de pagar a dívida pública que corresponde a 175% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.
Já em Omã, mesmo com a exploração de petróleo, a contração econômica deve ser de 10%, apontou o FMI.
Recuperações
Mesmo nos países mais ricos do Oriente Médio, a recuperação econômica não será rápida em 2021. Na média, a atividade econômica retrocedeu 6,6% em 2020 e há expectativa de uma ligeira retomada, de 2,2%, em 2021.
Na Arábia Saudita, por exemplo, a única forma de corrigir a contração econômica de 5,4% foi triplicar os impostos sobre o petróleo para 15% e aumentar as taxas alfandegárias.
O FMI alertou que subir impostos seria mais adequado somente após a crise. Com a correção nos preços, o preço de barril de petróleo deve subir para US$ 46,70 em 2021 – US$ 5 a mais que o praticado em 2020.
Com o maior número de mortes diárias pela Covid-19, o Irã viu sua economia encolher 5% em 2020. Para o próximo ano, no entanto, a expectativa é de uma recuperação de 3,2%, mesmo com as sanções dos EUA.