Parlamento turco bane Coca-Cola e Nestlé dos cardápios por suspeita de apoio a Israel

Decisão foi tomada pelo presidente da câmara, Numan Kurtulmus, que alegou acatar o clamor popular em meio à guerra em Gaza

Nesta terça-feira (7), o parlamento turco tomou a decisão de retirar os produtos da Coca-Cola e da Nestlé de seus restaurantes, cafeterias e casas de chá, alegando um suposto apoio das empresas a Israel no contexto do conflito em Gaza. As informações são da agência Reuters.

A medida foi comunicada oficialmente pela Grande Assembleia Nacional, que, no entanto, não identificou explicitamente quais as marcas envolvidas. “Produtos das empresas que apoiam Israel não serão vendidos no campus do parlamento”, justificou a nota oficial.

No entanto, uma fonte parlamentar revelou à Reuters que o famoso refrigerante e o tradicional café instantâneo foram os únicos a serem removidos do menu. Até o momento, nenhuma das multinacionais fez comentários sobre o ocorrido.

Grande Assembleia Nacional da Turquia (Foto: WikiCommons)

A decisão do parlamento turco, bancada pelo presidente da casa, Numan Kurtulmus, foi tomada em resposta à pressão pública, conforme relatado.

De acordo com a mesma fonte, o gabinete de Kurtulmus considerou a opinião das ruas e optou por atender às demandas, “não ficando indiferente ao clamor popular”.

Kurtulmus, em sua declaração, explicou que a decisão pela remoção das duas marcas visa respaldar a preocupação pública em relação ao boicote de produtos de empresas que “manifestaram apoio público às ações que foram consideradas crimes de guerra de Israel”, bem como ao “assassinato de civis inocentes em Gaza”.

Ambas as empresas foram mencionadas em publicações nas redes sociais nos últimos dias por ativistas turcos, que convocaram um boicote aos produtos israelenses e a empresas ocidentais por suposto apoio a Tel Aviv em seus ataques ao enclave, iniciados há exatamente um mês em resposta às ações do Hamas.

Ancara condena ações militares

O governo turco condenou fortemente os ataques de Israel em Gaza e criticou o apoio ocidental ao Estado judeu.

Nas ruas o sentimento é parecido. Durante o último mês, centenas de milhares de turcos protestaram contra as operações das forças israelenses no enclave, e muitos também expressaram seu descontentamento nas redes sociais.

Israel lançou bombardeios em Gaza em resposta a ataques do Hamas no sul de Israel há um mês, que resultaram na morte de 1,4 mil pessoas e no sequestro de 240 reféns.

As autoridades de saúde em Gaza relatam que mais de dez mil palestinos foram mortos até aqui devido aos ataques israelenses, incluindo cerca de 4,1 mil crianças.

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