Facebook remove rede ucraniana para interferência nas eleições dos EUA

Campanha incluía plataformas de mídia social e sites disfarçados de veículos de comunicação independentes

O Facebook removeu uma rede de centenas de contas e páginas falsas direcionadas para cidadãos da Ucrânia nesta quinta (6). O sistema reunia esforços para interferir nas eleições dos EUA, realizadas em novembro, disse a big tech.

A campanha incluía diversas plataformas de mídia social e sites que se passavam por veículos de comunicação independentes e promoviam conteúdos favoráveis a políticos ucranianos como o legislador pró-Moscou Andriy Derkach – a quem a companhia atribui participação na rede.

O parlamentar entrou para a lista de exclusão de Washington em setembro, acusado de tentar interferir na escolha presidencial norte-americana. O Facebook, que iniciou a investigação após uma denúncia do FBI (Departamento Federal de Investigações dos EUA, em inglês), disse ter removido todas as contas de Derkach em outubro.

Facebook remove rede de influência ucraniana que tentou interferir nas eleições dos EUA
Plataforma de instalação do Facebook, março de 2021 (Foto: Divulgação/Souvik Banerjee)

Um agente do FBI disse à Reuters que Derkach é, na verdade, um “agente russo ativo” há mais de dez anos. Em algumas páginas, porém, o político impulsionava materiais anti-Rússia. Apesar das motivações ainda serem incertas, é possível que a rede funcionava como um serviço pago.

“Podemos ver esses operadores como mercenários de influência”, disse o chefe de inteligência do Facebook Ben Nimmo ao think tank norte-americano CyberScoop. “Eles alugavam suporte online inautêntico em todos os círculos políticos ucranianos”.

Outros dois políticos ucranianos estariam ligados à rede criminosa: o parlamentar Oleh Kulinich e o ex-primeiro-ministro Volodymyr Groysman. Nenhum dos dois respondeu aos pedidos de comentário.

Ucrânia está entre ‘sedes’ de redes falsas

A big tech norte-americana disse ainda que a Ucrânia está entre as principais sedes de “comportamento inautêntico coordenado” do mundo. O país é lar de um número crescente de operações de venda de serviços de influência.

Ao todo, o Facebook removeu 363 páginas e 2,37 milhões de contas ucranianas por violar as regras da comunidade. Só a rede de influência de Derkach, por exemplo, gastou cerca de US$ 496 mil – cerca de R$ 2,6 milhões – em anúncios pagos no Facebook e Instagram.

Em comunicado, a empresa disse que também removeu contas e páginas falsas vinculadas ao ministério da Defesa do Azerbaijão voltadas para conteúdos contra a Armênia. Só em abril, o Facebook removeu 1.656 contas, 724 páginas e 63 grupos do Facebook, além de 141 contas do Instagram.

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