Conhecida como ‘Operação Disruptor’, a ofensiva contra uma rede de tráfico de drogas movida na dark web prendeu 179 pessoas em seis países em 22 de setembro. A operação ainda deve deter mais suspeitos investigados.
A chamada dark web consiste em sites que, além de não serem identificáveis pelos mecanismos de busca convencionais como a deep web, são inacessíveis a quem não tem o domínio completo para acesso. Mais escondidas, são usadas exclusivamente para práticas criminosas.
A ação ainda apreendeu 500 quilos de drogas e mais de US$ 6,5 milhões em dinheiro – em notas de diversos países E em criptomoedas. De acordo com a revista “Wired”, a operação é uma das maiores contra a dark web até hoje.
A investigação começou em maio de 2019, quando a polícia alemã apreendeu o chamado Wall Street Market. Popular no mercado ilegal da internet, a plataforma vendia drogas, dados pirateados, documentos falsificados e malwares.
Dos 179 presos, 120 vêm de diversas regiões dos Estados Unidos. Traficantes acionavam farmacêuticos e solicitavam pílulas de morfina e comprimidos com fentanil. O opióide é usado como analgésico e conhecido como uma das principais causas de intoxicação nos EUA.
Os criminosos enviavam os comprimidos dentro de souvenirs para diversas partes do mundo. As agências de inteligência ainda não revelaram os outros países envolvidos para não atrapalhar as investigações.
Um dos presos é Arden McCann, detido desde o início do ano. Só ele despachava 10 quilos de fentanil e mais de 300 mil comprimidos falsificados da medicação Xanax todos os meses.
“Esta é a combinação perfeita do crime tradicional de todas as formas e tamanhos se fundindo com uma tecnologia mais sofisticada“, disse o diretor do FBI (Departamento Federal de Investigações dos EUA, em inglês), Christopher Wray.
Alta demanda
A alta cobertura da dark web e os sistemas sofisticados de logística não se dão por acaso: há uma alta demanda de compradores de ilícitos na internet.
Como a Operação Disruptor foca em fornecedores individuais e não em mercados inteiros, é possível que criminosos criem novas ferramentas para atender a demanda do mercado, disse Wray.
Ainda assim, a operação tem como meta frear o tráfico online. “Temos pessoas muito criativas que são inovadoras dentro da lei e usam ferramentas para pegar pessoas que pensam que podem se esconder na dark web“, pontuou Wray.