ONU libera US$ 100 milhões a sete países em combate à fome e desnutrição grave

Metade do valor deve ser destinado ao Iêmen e Etiópia, países afetados por conflitos internos e clima desfavorável

A ONU (Organização das Nações Unidas) liberou US$ 100 milhões em fundos de emergência para combater a fome em sete países com os maiores riscos de desnutrição grave do mundo. A UN News anunciou o repasse na terça (17).

A maior parcela de US$ 30 milhões deve ir ao Iêmen, que vive a maior crise humanitária do mundo. Outros US$ 20 milhões serão endereçados à população da Etiópia, fortemente afetada pelas secas – e, agora, pela ameaça de guerra civil entre a etnia tigré e o governo central.

Afeganistão, Burkina Faso, República Democrática do Congo, Nigéria e Sudão do Sul dividirão o restante do valor, disse Mark Lowcock, chefe do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários.

O dinheiro vem do Fundo Central de Resposta a Emergências das Nações Unidas.

ONU libera US$ 100 milhões a sete países em combate à fome e desnutrição grave
Mãe leva filho fazer exames de desnutrição em centro de saúde gerido pela ONU em Juba, capital do Sudão do Sul, em abril de 2020 (Foto: Unicef/Helene Sandbu Ryeng)

Conflitos e fome

Afetados por conflitos, a maioria dos países está dividida por grupos beligerantes que bloqueiam o acesso de ajuda humanitária.

De acordo com a ONU, muitos usam a fome como arma de guerra, o que força deslocamentos em massa em busca de estabilidade alimentar.

De acordo com o Programa Mundial de Alimentos – vencedor do Nobel da Paz em 2020 –, pouco mais de 97,6 milhões de pessoas viviam com fome em 27 países do mundo em 2019.

Em 2020, esse número saltou para cerca de 105 milhões. A expectativa até dezembro é pessimista: estima-se que 2020 termine com mais de 120 milhões de pessoas com fome.

“Ninguém deve ver a queda na fome como um efeito colateral inevitável desta pandemia. Se acontece é porque o mundo permitiu que acontecesse”, disse Lowcock.

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