Mundo ainda não viu o pior da crise no Chifre da África, de acordo com o PMA

Agência pede maiores investimento na região, que sofre com as poucas chuvas, a seca persistente e a crise alimentar

O diretor do Programa Mundial de Alimentos (PMA) para o Chifre da África, Michael Dunford, alertou na quinta-feira (3) que o pior da crise na região ainda pode vir, com previsão para 2023 de um cenário ainda mais duro que o atual.

Segundo ele, a situação demanda mais engajamento e persistência na resposta às necessidades da população. Em um ano, o número de casos de pessoas com fome aguda subiu de 51 milhões para 82 milhões.

O PMA destaca ser prioritário abordar a libertação de financiamento para a região durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP27, agendada para Sharm el-Sheikh, no Egito, de 6 a 18 de novembro.

Um grupo de pessoas na Etiópia caminha em meio à seca que afeta o país (Foto: Unicef)

A alternativa seria adotar fundos verdes do clima ou outros mecanismos para ajuda imediata e garantir um investimento certo chegando a quem precisa.

Michael Dunford ressaltou que a população da região não contribui para as mudanças climáticas nem produz gases de efeito estufa, mas está na linha de frente no impacto direto e nos choques. Para o representante do PMA, atender às necessidades do grupo é uma questão de equidade.

O diretor do PMA destacou que a situação na região da África Oriental, particularmente no Chifre da África, nunca foi tão grave. O aumento em 60% das vítimas de insegurança alimentar, observado nos últimos 12 meses, também foi impulsionado pelo ambiente de conflito, efeitos do Covid-19 e aumento dramático nos custos da comida.

Os quatro anos consecutivos de seca afetaram milhões de habitantes no Quênia, na Etiópia e na Somália. Em território somali ocorre uma avaliação da insegurança alimentar que até o final deste ano, ou início do próximo, deve culminar com declaração de fome.

Para o PMA, o maior temor é com as falhas das chuvas, a continuação da seca e que a crise se alastre para mais países vizinhos.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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