China lança operação especial de combate ao tráfico de mulheres e crianças

Anúncio ocorre em meio a seguidos casos reportados de mulheres acorrentadas e enjauladas pelos próprios maridos

O governo da China iniciou uma operação especial de repressão ao tráfico de mulheres e crianças, que se estenderá por todo o ano de 2022, até o dia 31 de dezembro. O anúncio ocorre em meio a seguidos casos reportados de mulheres acorrentadas ou enjauladas pelos próprios maridos. As informações são da agência Reuters.

O Ministério da Segurança Pública anunciou a operação especial antes da abertura de uma sessão anual do parlamento chinês, no último sábado (26). Na ocasião, ao menos sete delegados manifestaram a intenção de colocar o assunto em debate.

Mulher algemada e vivendo em condições subumanas em Xuzhou, na China (Foto: reprodução de vídeo)

Responsável por supervisionar a polícia chinesa, o Ministério afirmou, através da rede social Weibo, que a operação consistirá em checar mulheres e crianças que vivem nas ruas sem documentos formais, que sofrem de doenças mentais ou que têm quaisquer deficiências intelectuais ou físicas.

A promessa do governo com a ação é “erradicar resolutamente o terreno fértil para o rapto e tráfico” de mulheres e crianças na China.

Um caso em particular atraiu a atenção da opinião pública em janeiro. Uma mulher foi flagrada algemada e vivendo em condições subumanas na cidade de Xuzhou, província de Jiangsu. Ela teria sido comprada por um homem em 1998 e, desde então, teria dado à luz oito crianças. O caso foi bastante divulgado no país, e muitas pessoas começaram a cobrar um posicionamento de Beijing.

No momento em que o caso de Jiangsu começou a perder força no país, com o relato de que nove pessoas estariam sob investigação, outro incidente semelhante foi descoberto nesta semana, agora na província noroeste de Shaanxi.

Assim, o governo sentiu-se encurralado, vez que 2022 é um ano sensível para a política local. No XX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que ocorre ainda neste ano, o presidente Xi Jinping concorrerá ao terceiro mandato como líder da sigla e do país, posição que ocupa desde 2013.

Tags: