A Coreia do Norte respondeu ao Comando das Nações Unidas sobre a situação de Travis King, um soldado norte-americano detido no mês passado após cruzar intencionalmente e sem autorização a Área de Segurança Conjunta, vilarejo na fronteira das duas Coreias. E confirmou que o militar de 23 anos está sob custódia das forças locais desde 18 de junho. As informações são da rede BBC.
Em comunicado emitido nesta quinta-feira (3), o Comando da ONU, que supervisiona o cumprimento do armistício entre as duas Coreias, acrescentou que detalhes adicionais não foram fornecidos pelo exército norte-coreano, a fim de não prejudicar os esforços para repatriá-lo. Porém, a resposta vinda da fechada nação indica que Pyongyang estaria disposta a negociar.
A informação surge após dez dias do anúncio do Comando da ONU sobre o início das “discussões com o Exército Popular da Coreia através do mecanismo do acordo de armistício”, referente ao acordo que encerrou as hostilidades em 1953 após a Guerra da Coreia.
King tinha histórico de indisciplina. Em 2021, ele foi preso por 47 dias em um centro de detenção sul-coreano após uma suposta briga em uma boate e uma discussão com a polícia em Seul, onde ele teria chutado a porta de uma viatura.
Libertado da prisão em 10 de julho, ele era esperado nos Estados Unidos para uma audiência disciplinar em Fort Bliss, no Texas. Porém, ele conseguiu deixar o aeroporto e se juntou a um grupo de turismo civil que foi visitar a zona desmilitarizada (DMZ) em Panmunjom. Acredita-se que King tenha sido o primeiro soldado norte-americano a entrar na Coreia do Norte desde 1982.
O incidente surge em um momento sensível, em meio a alta tensão na Península Coreana. Recentemente, um submarino balístico com capacidade nuclear dos EUA chegou à região para realizar a primeira visita a um porto sul-coreano em décadas, o que serviu como um alerta à Coreia do Norte em relação às suas atividades militares – como os testes de mísseis de longo alcance de grande potência e uma tentativa de colocar em órbita um satélite de espionagem militar em maio.
A fronteira entre as Coreias do Norte e do Sul é conhecida por ser uma das fronteiras mais militarizadas do mundo. Apesar de um acordo de armistício encerrar os combates da Guerra da Coreia em 1953, as duas nações ainda permanecem tecnicamente em guerra, pois nunca foi assinado um tratado de paz definitivo. Desde então, os Estados Unidos mantêm uma significativa presença militar na Coreia do Sul.