Petição exige que ator não participe do Oscar por apoio ao governo chinês

Donnie Yen chamou manifestantes pró-democracia em Hong Kong de "baderneiros". Abaixo-assinado já reúne mais de 40 mil assinaturas

O convite feito ao astro de filmes de ação de Hong Kong Donnie Yen para apresentar um prêmio do Oscar deste ano gerou polêmica por conta de seu apoio ao Partido Comunista Chinês (PCC). Tanto que uma petição online pedindo o cancelamento da sua participação na cerimônia, que ocorre no próximo domingo (12), já coletou mais de 42 mil assinaturas. As informações são da revista Newsweek.

O abaixo-assinado foi criado no sábado (4) por “um grupo de pessoas de Hong Kong” que exige que o comitê organizador da 95ª edição da premiação da Academia retire da lista de anfitriões o ator conhecido por papéis em ‘Rogue One: Uma História Star Wars’ e ‘Mulan’.

Em uma carta anexada à petição, Yen é chamado de “apoiador do regime comunista chinês”. Ele também é acusado de ter feito inúmeros comentários pró-Beijing e manifestado apoio à implementação da Lei de Segurança Nacional em Hong Kong, além de chamar os manifestantes do território semiautônomo de “desordeiros”. 

Donnie Yen: apoio a Beijing gerou protesto contra a presença na cerimônia do Oscar (Foto: WikiCommons)

A controversa legislação imposta pela China reprimiu a dissidência em Hong Kong após os gigantescos protestos pró-democracia ocorridos no final de 2019.

O comunicado acrescentou: “Condenamos veementemente esta decisão, que não apenas mostra desprezo pelo povo de Hong Kong, mas também provoca o público global”.

A carta ainda observa que a postura política de Yen viola “o espírito da liberdade de expressão” e nega os direitos dos habitantes de Hong Kong de lutar pela liberdade e pela democracia.

Em uma entrevista recente, Yen, que estará em cartaz neste mês ao lado de Keanu Reeves no 4º filme da franquia ‘John Wick’, declarou à revista masculina GQ que os atos contra a lei anti-extradição de Hong Kong em 2019 não foram protestos. 

“Foi um tumulto”, disse o ator que tem uma trajetória de 40 anos no cinema de ação honconguês, sendo considerado o mais recente de uma dinastia de estrelas das artes marciais que vai de Bruce Lee a Jackie Chan e Jet Li.

Dizendo que não queria “ser político”, Yen acrescentou que esperava que algumas pessoas ficassem chateadas com sua postura, mas que estava “falando por experiência própria”.

Ele ainda disse que o progresso da modernização da China o surpreendeu, mas a mídia internacional era injusta com a China: “A BBC, a CNN, eles nunca falam sobre isso. Eles nunca mencionam o lado verdadeiro disso. Mas eu estou lá, sabe?”, declarou.

Em 2017, Donnie Yen desistiu de sua cidadania americana e se declarou “100% chinês”.

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