O líder chinês Xi Jinping confirmou novamente sua intenção de alcançar a “reunificação” com Taiwan na segunda-feira (30), véspera do 75º aniversário da China comunista. Isso ocorreu enquanto Beijing mostrava sua força militar em preparação para as celebrações do feriado nacional. As informações são da CNN.
Xi reforçou sua crença de que a reunificação é inevitável e fundamental para alcançar os objetivos de rejuvenescimento nacional. Um dia antes, a China havia realizado vários lançamentos de mísseis, mantendo os militares de Taiwan em estado de alerta.
“É uma tendência irreversível, uma questão de justiça, e está alinhada com a vontade do povo. Ninguém pode deter o avanço da história”, afirmou Xi em suas declarações.
Desde sua fundação em 1º de outubro de 1949, a República Popular da China (RPC) nunca governou Taiwan. No mesmo ano, o Exército Popular de Libertação derrotou os nacionalistas, que se refugiaram na ilha de Taiwan e formaram um governo ditatorial, separando-se da China continental como um Estado independente.
Apesar de nunca governá-la, Beijing considera a ilha, que é democraticamente administrada, como parte de seu território, e prometeu que colocará Taiwan sob seu controle, utilizando a força, se necessário.
Líderes chineses ao longo dos anos prometeram tomar controle de Taiwan, mas Xi, sendo o mais assertivo em décadas, aumentou a retórica e a agressão contra a ilha democrática. Isso elevou as tensões no estreito de Taiwan e gerou preocupações sobre um possível conflito militar.
Durante um banquete com mais de três mil pessoas presentes, incluindo autoridades e dignitários estrangeiros, Xi declarou: “Taiwan é o território sagrado da China. O sangue é mais espesso que a água, e as pessoas de ambos os lados do estreito estão ligadas por laços de sangue”.
“Território sagrado”
Nesta terça-feira (1º), a China comemora 75 anos desde que o Partido Comunista Chinês (PCC) derrotou as forças nacionalistas do Kuomintang, pondo fim a uma violenta guerra civil. Os nacionalistas se refugiaram em Taiwan, que, após décadas sob o governo do Kuomintang, se transformou em uma democracia próspera.
Pesquisas de opinião pública em Taiwan mostram que há pouco apoio à unificação com a China, seja a curto ou a longo prazo.
“Taiwan é um território sagrado para a China. As pessoas de ambos os lados do Estreito de Taiwan têm laços de sangue, e esses laços familiares sempre serão mais fortes do que qualquer outro”, afirmou Xi.
O apelo de Xi acontece apenas um dia depois que o Ministério da Defesa de Taiwan identificou várias ondas de lançamentos de mísseis a partir do interior da China. No início da semana passada, Pequim também realizou um teste de um míssil balístico intercontinental em águas internacionais, um tipo de exercício que não era realizado pela China desde a década de 1980.
No domingo, o presidente dos EUA, Joe Biden, aprovou um pacote de ajuda militar de US$ 567 milhões para Taiwan, o maior já concedido pela América. Esse financiamento destina-se à “educação e treinamento militar” e permitirá a entrega rápida de equipamentos militares, conforme anunciado pela Casa Branca.