A pandemia do novo coronavírus agrava a situação já vulnerável de 55 milhões de mulheres e homens indígenas que vivem na América Latina e Caribe, aponta um relatório da OIT (Organização Internacional do Trabalho) divulgado no último dia 3.
No mundo, o número também aumenta e gera impacto na vida de 476 milhões de indígenas. “A face mais terrível dessa pandemia é a da desigualdade, porque a doença e suas consequências sociais e econômicas afetam quem menos tem”, afirma o diretor da OIT para a região, Vinícius Pinheiro.
De acordo com o diretor, esses grupos carecem de proteção social e possuem um acesso limitado à assistência médica. Além disso, muitos indígenas trabalham na economia informal, um dos setores mais afetados pela crise.
Segundo a OIT, na América Latina, a taxa de informalidade entre trabalhadores indígenas é de 82%. São 28 pontos percentuais acima dos 54% registrado na população em geral.
O relatório da organização aponta ainda que os indígenas e tribais constituem 30% da população que vive em extrema pobreza. Menos de 30% teve acesso ao ensino médio e à faculdade, em comparação aos 48% das pessoas da comunidade em geral.
Proteção
Com o impacto econômico causado pela pandemia, muitos indígenas voltaram às suas comunidades de origem após terem perdido seus meios de subsistência. O aumento da circulação de pessoas gera maior risco de contaminação pelo coronavírus, alerta a OIT.
O estudo da organização ressalta que vários países tomaram medidas para evitar que o Covid-19 se espalhe dentro dessas comunidades. No entanto, ainda é necessário redobrar os esforços para impedir que isso aconteça.
A OIT alerta para “efeitos em cascata do colapso econômico, com sinais alarmantes de perda de renda, insegurança alimentar e efeitos agravados para as mulheres indígenas”.