O Banco Central da China sinalizou, na sexta (6), que o país já estuda encerrar suas políticas de flexibilização da política monetária. Entre elas, houve redução de taxas de juros, injeções de liquidez e fim da flexibilização no prazo de pagamento de empréstimos.
Beijing implantou as medidas no início da pandemia para fortalecer o fluxo monetário por meio do estímulo à exportação, da produção industrial e do consumo.
Em um briefing à imprensa, o vice-diretor do Banco Central chinês, Liu Guoqiang, afirmou que é uma “questão de tempo” para a retirada das medidas.
“É necessário”, apontou. “Mas o momento e o método de saída devem ser avaliados de maneira cuidadosa, principalmente com base na recuperação econômica”. A retomada chinesa é uma das poucas exceções no mundo.
Enquanto a Covid-19 segue em alta nos EUA, prestes a alcançar os dez milhões de casos, uma nova onda do vírus atrasa os planos de reabilitação da Europa. “A economia internacional está se recuperando em geral, mas a situação da China é melhor”, disse Liu.
Com a recuperação de todas as perdas do primeiro semestre, Beijing registrou um aumento de 4,9% no PIB (Produto Interno Bruto) de julho a setembro. Em relação a 2019, a economia do país cresceu 0,7%.
Previsões e adaptação externa
O Banco Central chinês não estimou uma data para a retração no estímulo, mas enfatizou que o reajuste se adequará às “demandas do mercado“. As áreas que requerem assistência a longo prazo devem receber mais apoio, enfatizou Liu.
Os resultados positivos das políticas da China chamaram a atenção do G-20, que pede a Beijing a suspensão temporária das dívidas dos países pobres. Só da África, o país espera o reembolso de US$ 143 bilhões em empréstimos.
De acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), 44 países devem negociar com os chineses para suspender a cobrança provisoriamente.