Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um em cada 30 europeus pode ter desenvolvido a forma mais desconhecida da Covid-19 durante os três anos de pandemia.
Também conhecida como Covid longa, a condição ainda carece de diagnósticos e tratamentos específicos. Segundo os dados da OMS, quase 36 milhões de pessoas em todo o continente europeu podem ter desenvolvido este quadro.
Em declaração para jornalista feita na terça-feira (27), o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, disse que as lacunas de informação sobre a Covid longa precisam ser “urgentemente preenchidas”.
Ele afirmou estar em contato com pacientes e grupos de apoio para entender as principais demandas e aumentar ações de conscientização sobre a situação dessas pessoas.
Segundo ele, sem uma resposta para a Covid longa, o mundo não estará “verdadeiramente recuperado” da pandemia.
O diretor regional afirmou que a agência está incentivando mais pesquisas e defendeu que essa sub condição seja “levada a sério em todos os setores de saúde e assistência social”.

Vacinação para populações vulneráveis
O representante da OMS lembrou que, embora não seja mais uma emergência de saúde pública global, a pandemia segue causando mil morte nos países europeus a cada semana.
Kluge salientou que pessoas com condições como câncer, diabetes, doenças cardiovasculares e pulmonares são “muito mais vulneráveis a formas graves de Covid-19.”
Ele lembrou que, em última análise, a melhor maneira de evitar a Covid longa é evitar a Covid-19 em primeiro lugar. Nesse sentido, Kluge afirmou que a prioridade deve ser vacinar populações vulneráveis, especialmente idosos, pessoas com condições médicas subjacentes e imunocomprometidos.
Disse ainda que é preciso garantir pelo menos 70% de cobertura vacinal para esses grupos, incluindo doses de reforço primárias e adicionais.
Calor excessivo
O diretor regional da OMS também fez um alerta sobre o calor durante o verão europeu.
Um novo relatório da União Europeia (UE) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou recentemente que a Europa está aquecendo duas vezes mais rápido do que a média global desde a década de 1980.
Kluge disse que o calor extremo nos meses de verão “está se tornando a norma, não a exceção”. Ele lembrou que no ano passado “o calor extremo ceifou 20 mil vidas entre junho e agosto.” Na semana passada, Espanha e Portugal registaram temperaturas superiores aos 40º C, aumentando consideravelmente o risco de incêndios florestais.