Alemanha confirma investigação de possíveis casos de ‘Síndrome de Havana’

Autoridades alemãs falam em "suposto ataque com arma sônica" contra representantes da diplomacia norte-americana e tentam desvendar o caso

A polícia da Alemanha confirmou a existência de uma investigação para apurar possíveis casos de “Síndrome de Havana” registrados na Embaixada dos Estados Unidos em Berlim. As autoridades revelaram que desde agosto está em andamento um processo que analisa o “suposto ataque com arma sônica” contra representantes da diplomacia norte-americana, segundo a agência Reuters.

Em agosto, dois diplomatas dos Estados Unidos na Alemanha buscaram atendimento médico após manifestarem sintomas compatíveis. Um deles teria retornado mais cedo aos EUA devido aos sintomas, mas não é possível concluir ter se tratado da “Síndrome de Havana”.

Alemanha diz que investiga possíveis casos de 'Síndrome de Havana' em Berlim
Embaixada dos Estados Unidos em Berlim (Foto: Jörg Zägel/Wikimedia Commons)

Casos têm sido registrados em diversas partes do mundo, com maior incidência na Europa e na Ásia, e até 200 norte-americanos em diversas partes do mundo podem ter sido atingidos. Em julho, a revista norte-americana The New Yorker relatou mais de 20 diplomatas, oficiais de inteligência e outros funcionários públicos vitimados em Viena, na Áustria.

Na semana passada, o presidente norte-americano Joe Biden assinou uma lei que fornece ajuda financeira a funcionários do governo afetados pela síndrome.

Por que isso importa?

A “Síndrome de Havana” consiste em uma alteração das funções cerebrais que gera dor de cabeça, enjoo, tontura e prejuízos à audição. Os primeiros casos foram identificados em 2016, em Cuba, daí o nome da enfermidade, sendo as vítimas diplomatas e outros funcionários de Washington que relataram os sintomas após ouvirem estranhos sons agudos e graves.

Embora o caso ainda esteja cercado de incertezas e os cientistas não tenham uma posição conclusiva sobre a condição, um relatório das Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina dos EUA aponta que algumas das lesões cerebrais observadas eram consistentes com os efeitos da energia de microondas direcionada.

William Burns, diretor da CIA (Agência Central de Inteligência, da sigla em inglês), afirmou em julho que existe “possibilidade muito forte” de que os sintomas tenham sido causados deliberadamente, citando a Rússia como responsável.

Um relatório das agências de segurança norte-americanas aponta que oficiais de inteligência e diplomatas acometidos pelo distúrbio trabalham com temas ligados à Rússia, entre eles segurança cibernética, exportação de gás e questões de interferência política.

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