Duas mulheres acusadas de ligação com o Estado Islâmico são presas na Suécia

Uma das suspeitas é investigada por crimes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade

Duas mulheres supostamente associadas ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) foram presas na Suécia ao retornarem da Síria, na segunda-feira (6). Uma delas é investigada por crimes de guerra, e uma terceira suspeita foi conduzida à delegacia para interrogatório, informou a rede Voice of America (VOA).

De acordo com o porta-voz da polícia de Estocolmo, Ola Osterling, a ordem de prisão foi dada pelo promotor responsável pela investigação das suspeitas. “Executamos essa decisão quando o avião chegou a Estocolmo à tarde”, disse Osterling à AFP.

Membro das forças curdas substitui bandeira do EI por uma do grupo étnico (Foto: Wikimedia Commons)

A Justiça sueca informou que diversas investigações contra homens e mulheres que retornavam de áreas controladas pelo EI estão em andamento.

“Os crimes internacionais relevantes para pessoas que retornam de áreas controladas pelo EI são crimes de guerra, genocídio e crimes contra a humanidade”, contextualizou a promotora Reena Devgun em comunicado da Promotoria. “A Suécia tem um compromisso internacional de investigar e processar esses crimes”, acrescentou.

A TV pública SVT informou que as mulheres vinham de campos no norte da Síria, mas foram deportadas depois que as autoridades curdas decidiram que não tinham provas suficientes para processá-las.

Por que isso importa?

Uma ofensiva liderada por forças curdas conquistou o último pedaço do território controlado pelo EI na Síria, em março de 2019. Porém, células adormecidas continuam a lançar ataques sobretudo nas regiões desérticas, que vão do leste do país até a fronteira com o Iraque. No âmbito global, a pandemia também ajudou a enfraquecer o EI, devido as fatores como a redução do número de pessoas em áreas públicas. Mas o cenário já começa a mudar.

“À medida que as restrições relacionadas à pandemia diminuem gradualmente, há uma elevada ameaça de curto prazo de ataques inspirados no EI fora das zonas de conflito por atores solitários ou pequenos grupos que foram radicalizados, incitados, possivelmente online”, diz um relatório do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

Na visão dos Estados-Membros da ONU, o grupo extremista “continuará a priorizar o reagrupamento e a tentativa de ressurgir” em seus dois principais domínios. O grupo tenta ganhar terreno na Síria, e no Iraque permanece sob constante pressão, mas realiza operações esporádicas.

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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