Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News
O relatório “Estado do Clima na Europa em 2022”, divulgado na segunda-feira (19), revela que a Europa vem registrando ondas de calor e degelo de glaciares sem precedentes. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) destaca que o ano passado foi marcado por um calor extremo que levou à seca e ao fogo nas matas do continente.
O documento é o segundo de uma série anual produzida pela OMM e pelo Serviço sobre Mudança Climática Copernicus, da União Europeia (UE).
Os dados mostram como a Europa tem níveis de aquecimento duas vezes maiores que a média global desde os anos 1980. Essa é uma situação que traz consequências abrangentes para os ecossistemas e o tecido socioeconômico europeus.
No ano passado, a Europa havia alcançado cerca de 2,3º C acima da média pré-industrial, o período que vai de 1850 a 1900 e é usado como base para o Acordo de Paris sobre mudança climática.
Porém, a maior produção de eletricidade por energia renovável em vez de combustíveis fósseis, registrada pela primeira vez no ano passado, desponta como esperança.
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, lembrou que a energia eólica e solar na UE totalizaram 22,3% da eletricidade no ano passado, ultrapassando a de gás fóssil, que foi de 20%.
Secas e fortes chuvas
O relatório da agência da ONU focaliza na energia e destaca como mais temperatura extrema, incluindo ondas de calor, secas e chuvas fortes, têm afetado a lei de oferta e procura e a infraestrutura do sistema de energia da Europa.
A divulgação do estudo coincide com a Sexta Conferência Europeia sobre Adaptação à Mudança Climática, que ocorre em Dublin, na Irlanda.
O Banco de Dados sobre Eventos de Emergência informou que riscos meteorológicos e hidrológicos relacionados ao clima, no ano passado, na Europa, resultaram em 16.365 mortes e afetaram diretamente a 156 mil pessoas.
Cerca de 67% dos incidentes com cheias e ligados a tempestades levaram à maioria dos danos econômicos de quase US$ 2 bilhões.
O ano passado foi também um dos mais quentes do oeste e sudoeste da Europa. As temperaturas dispararam, causando incêndios florestais violentos e levando ao resultado da segunda maior área queimada do mundo.
Portugal, ao lado de Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, registrou um dos verões mais quentes de sua história.