O departamento nacional de investigações (DBR) ucraniano informou na terça-feira (25) que o ex-parlamentar Vadym Rabinovych, afiliado ao OPZZh (Plataforma de Oposição – Pró-Vida), o mais importante partido pró-Rússia da Ucrânia, é suspeito de alta traição. As informações são da rede Radio Free Europe.
Atualmente escondido no exterior, Rabinovych é apontado como responsável pela disseminação de propaganda anti-ucraniana entre a população local e os Estados-Membros da União Europeia (UE). O objetivo era o de apoiar os interesses políticos e militares de Moscou dentro do território ucraniano.
“Suas inúmeras falsas alegações públicas eram manipulativas e prejudiciais à soberania e integridade territorial da Ucrânia, seu Estado, economia e segurança da informação”, disse o DBR via Telegram.
Além disso, o serviço de segurança ucraniano (SBU) anunciou que Yevhen Murayev, um outro ex-deputado associado ao Kremlin, enfrenta acusações de alta traição.
Murayev, que também está fora da Ucrânia, é suspeito de usar seu canal de televisão Nashi (“Nosso”), que foi proibido no país, para promover propaganda russa. O Nashi é também um partido político, parte de uma constelação de siglas que fazem oposição aos partidos pró-Ocidente da Ucrânia.
Antes do início da guerra em fevereiro do ano passado, a inteligência britânica identificou Murayev como um potencial político alinhado com o presidente russo Vladimir Putin que Moscou vislumbrava colocar à frente de um regime pró-Kremlin na Ucrânia.
Outros nomes
Na terça-feira (25), o parlamentar Oleksandr Ponomaryov, também membro do OPZZh, foi colocado em prisão preventiva por alta traição pelo tribunal em Kiev. Ele é acusado de colaborar com as autoridades russas nos territórios ocupados.
Em maio, a SBU anunciou suspeitas de alta traição contra outro membro do OPZZh e ex-legislador, Oleh Voloshyn. Ele fugiu para a Rússia pouco antes da invasão russa.
Em junho de 2022, a Justiça ucraniana proibiu o partido OPZZh, liderado pelo oligarca Viktor Medvedchuk. De tão próximo a Putin, acredita-se que Medvedchuk seja o padrinho da filha mais nova do mandatário russo.
Medvedchuk havia sido preso em 2021 por acusações de traição e financiamento do terrorismo – ele teria mediado compras de carvão para a república de Donetsk, região separatista apoiada pela Rússia –, mas posteriormente recebeu prisão domiciliar mediante fiança.
Após o início da invasão russa, ele fugiu da prisão domiciliar, sendo recapturado em abril enquanto tentava escapar para a Rússia. Em setembro do ano passado, o político de 68 anos foi entregue pelas autoridades ucranianas a Moscou como parte de uma troca de prisioneiros.