Jornalista russa é morta durante bombardeio em Kiev, a capital da Ucrânia

Oksana Baulina, que trabalhou para a Fundação Anticorrupção de Alexei Navalny, perdeu a vida enquanto reportava sobre os danos de um ataque a um subúrbio da capital ucraniana

Uma jornalista russa a serviço do jornal investigativo The Insider morreu na quarta-feira (23) após tropas russas terem bombardeado um bairro residencial na capital da Ucrânia, Kiev. Após um mês de conflito, ela seria a sétima profissional de imprensa a morrer na cobertura do front. As informações são da rede britânica BBC.

Oksana Baulina, que anteriormente trabalhou para a Fundação Anticorrupção (FBK) do líder da oposição russa Alexei Navalny, “morreu sob fogo em Kiev” enquanto “filmava a destruição” causada pelo bombardeio, disse o veículo russo sobre a funcionária, em nota no seu site. Uma outra pessoa teria sido morta e duas ficaram feridas em consequência do ataque.

(Foto: Arquivo pessoal Oksana Baulina/Reprodução Facebook)

A jornalista havia deixado o país natal após a FBK ser declarada uma organização extremista no ano passado. Longe dos olhares do Kremlin, ela continuou a reportar sobre a corrupção na Rússia para o The Insider. Após a incursão no território ucraniano, Baulina fez várias matérias da capital, Kiev, e de Lviv, na região oeste, perto da fronteira com a Polônia.

Colegas de Baulina manifestaram suas condolências nas redes sociais. Alexey Kovalyov, editor do investigativo Meduza e com passagem pelo jornal independente The Moscow Times no currículo, escreveu em sua conta no Twitter que conhecia a profissional há 16 anos. “Oksana Baulina, uma jornalista russa com um senso fenomenal de clareza moral, morta por foguetes russos em uma missão de reportagem em Kiev hoje. Ainda estou para processar isso”, tuitou.

Quem também lamentou a perda foi Lyubov Sobol, ex-advogada da FBK e outra importante aliada de Navalny. “Que horror. Inacreditável”, escreveu no Twitter.

Sergiy Tomilenko, chefe do sindicato dos jornalistas ucranianos, foi outro a lamentar a morte de Baulina em uma publicação no Facebook. No mesmo dia da morte da jornalista, o grupo de Tomilenko informou que um cinegrafista de uma estação de televisão local em Mariupol, cidade portuária cercada por tropas russas que exigem a rendição da Ucrânia, também havia morrido.

Tags: