Mais alegria, mesmo emprego, conclui estudo sobre renda mínima na Finlândia

Benefício gerou melhora na qualidade de vida, mas não aumentou ingresso no mercado de trabalho

Um experimento de dois anos do governo finlandês concluiu que a renda mínima universal auxiliou o bem-estar, mas não melhorou a capacidade de uma pessoa de encontrar emprego. O resultado foi anunciado nesta quarta (6).

Entre os principais efeitos da renda básica estão a diminuição da estafa mental, tristeza e depressão. A comparação foi feita com o grupo de controle – aquele que não recebeu o benefício, estipulado em 560 euros mensais.

Os pesquisadores não encontraram evidências de que o auxílio mensal ajudou os beneficiados, todos desempregados, a encontrar trabalho. Em média, quem recebeu o valor trabalhou 78 dias durante novembro de 2017 a outubro de 2018. No grupo de controle, a quem não foi paga a renda, foram 73 dias.

Mais alegria, mesmo emprego, conclui estudo sobre renda mínima na Finlândia
Pessoas circulam pelo centro da capital finlandesa, Helsinki; país fez experimento de renda mínima (Foto: Pexels/Creative Commons)

“Ao final, os efeitos sobre o emprego foram pequenos”, disse Kari Hämäläinen, pesquisador-chefe do Instituto de Pesquisa Econômica do Ministério das Finanças local, em comunicado. “Isso indica que, para algumas pessoas, problemas na busca por emprego não estão relacionados à burocracia ou a incentivos financeiros”.

O estudo foi conduzido entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018 e teve 2.000 participantes.

As conclusões do estudo são semelhantes às indicadas no relatório preliminar divulgado em 2018 pelo Instituição de Seguridade Social da Finlândia.

A renda mínima universal voltou à pauta como resposta imediata à crise do coronavírus. Representantes da ONU defenderam nos últimos dias a criação do benefício.

Economistas laureados com o Nobel, como Abhjit Banerjee, Esther Duflo, Daniel McFadden e Angus Deaton também já manifestaram interesse na aplicação da ferramenta para diminuir desigualdades sociais agudas.

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