Moscou prepara lista de ‘países hostis’ em meio a tensão crescente com os EUA

Ação foi solicitada por Vladimir Putin e deve limitar número de cidadãos russos em missões diplomáticas estrangeiras

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse à agência estatal russa Sputnik que Moscou apresentará uma “lista de países hostis” em breve. Segundo o chanceler, o presidente Vladimir Putin solicitou essa relação.

No dia 23, o mandatário assinou um decreto para limitar o número de cidadãos russos empregados por missões diplomáticas estrangeiras em países com “relações distantes”.

Moscou prepara lista de 'países hostis' em meio a tensão crescente com os EUA
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em coletiva de imprensa em Madri, Espanha, novembro de 2018 (Foto: Divulgação/Ministério das Relações Exteriores da Espanha)

A lista vem na esteira das tensões entre Moscou e Washington depois que Joe Biden impôs uma série de sanções, incluindo a expulsão de dez diplomatas russos dos EUA, no dia 15. O chefe da Casa Branca acusa o Kremlin de interferir nas eleições dos EUA a favor de Donald Trump e gerenciar o ataque de supostos hackers russos ao sistema SolarWinds.

Lavrov negou o envolvimento de Moscou em ambas as acusações e caracterizou as afirmações como “esquizofrênicas”. O diplomata alertou ainda que as relações bilaterais podem retroceder a níveis vistos na Guerra Fria caso os EUA rejeitem o diálogo.

Relações em baixa

As sanções norte-americanas incluem 32 entidades e indivíduos e devem afetar o sistema financeiro da Rússia. Em resposta, o Kremlin proibiu a entrada de oito cidadãos norte-americanos no país. Entre eles estão a diretora da Inteligência Nacional, Avril Haines, e o diretor do FBI (Departamento Federal de Investigações, em inglês), Christopher Wray.

“Nós realmente não queremos queimar pontes”, disse Putin. “Mas se alguém percebe nossa boa vontade como indiferença ou fraqueza e está pronto para explodir [os laços] por conta própria, devem saber que a resposta da Rússia será assimétrica, rápida e brutal”.

As sanções de Biden sobre o Kremlin foram as primeiras medidas retaliatórias da gestão do democrata. Com as medidas, os laços entre EUA e Rússia encontram-se no ponto mais baixo desde a derrocada da União Soviética, na virada para os anos 1990. Os presidentes planejam um encontro para junho na Europa.

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