Na Turquia, Pompeo recusa encontro com governo e se reúne com clérigo ortodoxo

Pompeo discutiu a liberdade religiosa da Turquia com líder espiritual Bartolomeu I e arcebispo Paul Russell

Em viagem à Turquia, nesta terça (17), o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, trocou o encontro com o governo do país por reunião com um líder espiritual cristão ortodoxo.

O político norte-americano afirmou que não poderia ir a Ancara na visita oficial para não interromper o fluxo de sua excursão por sete países da Europa e Oriente Médio.

A recusa teria causado revolta entre as lideranças turcas, de acordo com a Associated Press.

No Twitter, Pompeo saudou a visita ao patriarca ecumênimo Bartolomeu I, líder de cerca de 300 milhões de cristãos ortodoxos, em Istambul. O braço direito de Donald Trump também se encontrou com o arcebispo Paul Russell, núncio apostólico da Turquia.

Na Turquia, Pompeo recusa encontro com governo e se reúne com cristão ortodoxo
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em visita ao líder cristão ortodoxo da Turquia, Bartolomeu I, em Istambul, novembro de 2020 (Foto: Twitter/Mike Pompeo)

O objetivo das reuniões foi tratar da liberdade religiosa na Turquia – discussão complicada entre Ancara e Washington. Na última quarta (11), as lideranças turcas criticaram Pompeo pelo envolvimento na questão.

“Os EUA deveriam se olhar no espelho e lidar com questões como racismo, islamofobia e crimes de ódio”, diz a nota.

Religião e armas

A Turquia é o único país islâmico com Estado laico. Estima-se que 99% da população de 82 milhões de habitantes seja de muçulmanos e apenas 1% de cristãos e judeus.

Funcionários norte-americanos afirmaram que “problemas de agendamento” dificultaram a reunião com o governo turco durante a breve passagem de Pompeo por Istambul.

Apesar dos laços amigáveis entre Recep Tayyip Erdogan e Donald Trump, as relações entre EUA e Turquia se desgastaram após Ancara comprar o sistema antiaéreo S-400 da Rússia.

Em resposta, Washington expulsou a Turquia do programa de caças F-35 e ameaçou sancionar o país. As duas nações são aliadas na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

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