Importante aliada de Alexei Navalny é condenada a prisão domiciliar na Rússia

Lyubov Sobol é acusada de incitar russos a violar os protocolos sanitários da Covid-19 em protesto pela liberdade de Alexei Navalny

Um tribunal russo sentenciou na terça-feira (3) Lyubov Sobol, uma importante aliada do principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny, a um ano e meio de prisão domiciliar. Ela foi considerada culpada por incitar pessoas a violar os protocolos contra a Covid-19 em comício não autorizado, noticiou a agência Reuters.

A infração, a qual as autoridades classificaram como “caso sanitário”, seriam os protestos em massa de janeiro que pediam a libertação de Navalny, disse o advogado de Lyubov.

Lyubov Sobol é assessora e uma forte aliada do político Alexei Navalny, preso em janeiro (Foto: Michał Siergiejevicz/Wikimedia Commons)

A condenação obriga a militante a permanecer em casa no período entre 22h e 6h durante 18 meses, bem como a proíbe de comparecer a manifestações. Lyubov, que é ex-advogada da Fundação Anticorrupção (FBK) criada por Navalny, também deve se apresentar à polícia regularmente como parte da pena.

Ela argumenta que a acusação se trata de um “disparate de motivação política”. Vários aliados próximos de Navalny estão sendo julgados pelo mesmo delito.

O próprio Navalny cumpre dois anos e meio de prisão por violações da liberdade condicional em um caso de peculato que ele alega ter sido forjado. Aliados do político acusam as autoridades de usar a lei para calar vozes de oposição antes das eleições parlamentares, marcadas para setembro.

Envenenamento e prisão

Navalny está preso desde janeiro, quando retornou da Alemanha após cinco meses de recuperação. O opositor foi vítima de uma tentativa de envenenamento por novichok em 20 de agosto, quando retornava da Sibéria.

Em fevereiro, um tribunal o condenou a dois anos e meio de prisão por violar uma sentença suspensa de 2014, quando foi acusado de fraude. Promotores alegaram que ele não se apresentou regularmente à polícia em 2020 – enquanto estava em coma pela dose tóxica.

Na semana passada, a polícia prendeu o jornalista que investigou envenenamento de Navalny. Roman Dobrokhotov, editor-chefe do site investigativo The Insider, foi detido por calúnia após a publicação de reportagens desfavoráveis ao presidente Vladimir Putin

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