Opositora de Lukashenko se encontra com Merkel para pedir sanções contra Belarus

Em encontro com chanceler alemã, Svetlana Tikhanovskaya pediu inclusão do autocrata na "lista negra" da UE

A principal opositora ao governo de Belarus, Svetlana Tikhanovskaya, se reuniu com a chanceler alemã Angela Merkel nesta terça (6), em Berlim, para falar sobre o governo autoritário de Alexsander Lukashenko.

A sexta reeleição do presidente bielorrusso, no dia 9 de agosto, desencadeou protestos e uma resposta violenta das autoridades do país. Desde então, Svetlana deixou Belarus e está abrigada na vizinha Lituânia.

O seu marido e ex-candidato, Sergei Tsikhanouski, continua preso desde antes das eleições. Em dois meses de protestos, o país já contabiliza mais de dez mil detidos.

Depois de deixar a reunião de 45 minutos com Merkel, a oposicionista agradeceu aos partidos alemães pelo apoio à “liberdade do povo bielorrusso” e “a luta por novas eleições honestas e transparentes”. Merkel não comentou o encontro.

Opositora de Lukashenko busca forças contra autocrata na Alemanha
A principal opositora de Alexsander Lukashenko, Svetlana Tikhanovskaya, durante debate antes das eleições presidenciais do país, em julho de 2020 (Foto: Reprodução/Belarus TV)

Tikhanovskaya pediu que a Alemanha, à frente da presidência da UE (União Europeia), apoiasse a expansão das sanções contra a Belarus e inclua Lukashenko em sua “lista negra”, informou a emissora alemã Tagesschau.

Na última sexta (2), a UE e os Estados Unidos impuseram uma série de sanções a 40 funcionários do governo. Entre as medidas estão o congelamento de ativos e proibição de vistos.

As sanções não abrangem Lukashenko de forma nominal, mas diplomatas da UE afirmaram que o presidente também poderá ser incluído se a situação se prolongar, informou a RFE.

A UE não reconhece a reeleição do chefe de Estado bielorrusso, que há anos recebeu a alcunha de “último ditador da Europa”.

Rússia em jogo

Pouco antes do encontro com Merkel, Tikhanovskaya pediu que a Rússia também encerrasse seu apoio a Lukashenko. Segundo a oposicionista, o Kremlin serve como “moderador” para o início de um diálogo – e só isso.

“Eu pediria a [Vladimir] Putin que não apoiasse o regime. O que está acontecendo em Belarus é assunto nosso”, pontuou.

Principal aliado de Minsk, Putin oferece apoio político, econômico e militar ao país. O russo sugeriu novas eleições quando Lukashenko o procurou para pedir ajuda à crise do país, no último dia 15 de setembro.

O encontro de Tikhanovskaya e Merkel pode aumentar tensões entre Berlim e Moscou depois que a Alemanha deu asilo a Alexei Navalny, o principal opositor de Putin, com indícios de envenenamento.

Além de Merkel, Tikhanovskaya também deve se encontrar com líderes do Partido Verde, em Berlim. Os representantes pedem uma resposta mais dura a Belarus e à Rússia.

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