Wagner Group está de volta ao campo de batalhas na Ucrânia, segundo Kiev

Aproximadamente 500 mercenários retornaram à zona de combate para enfrentar novamente as forças ucranianas

Cerca de 500 mercenários do Wagner Group, que estiveram ao lado das tropas russas na Ucrânia e depois fugiram para Belarus após um motim malsucedido em junho, retornaram à linha de frente para combater novamente as forças de Kiev. A informação foi dada por um porta-voz do Exército ucraniano na quarta-feira (27), segundo informações da rede Voice of America (VOA).

A morte de Evgeny Prigozhin, fundador do Wagner, em um acidente de avião na Rússia no mês passado, gerou incertezas quanto ao destino das forças vinculadas a ele. Cerca de seis mil desses mercenários permaneceram em Belarus nos últimos três meses, enquanto outros foram realocados para a África, onde a organização paramilitar também conduz operações.

A informação de que mercenários retomaram as hostilidades em nome da Rússia foi dada por Ilya Yevlash, porta-voz do Agrupamento de Forças Oriental da Ucrânia, em entrevista à emissora ucraniana RBC-Ukraine. Ele também mencionou que o Ministério da Defesa russo renegociou contratos com esses combatentes privados, viabilizando o retorno deles ao conflito.

Membros do Wagner treinando tropas belarussas (Foto: WikiCommons)

Yevlash destacou que esses mercenários são altamente treinados, mas ressaltou que a presença deles não deve ser considerada “uma mudança significativa no cenário”.

A maior parte deles, que anteriormente esteve na linha de frente na Ucrânia, participou do rápido motim antes de se transferir para Belarus, mudança que foi possível graças a um acordo negociado entre o líder belarusso Alexander Lukashenko e o homólogo russo Vladimir Putin. Atualmente, está em curso o desmantelamento dos campos de treinamento do país aliado de Moscou, como informado por Yevlash.

Acusações contra EUA e Reino Unido

Na quarta-feira (27), a Rússia acusou os Estados Unidos e o Reino Unido de auxiliarem a Ucrânia em um ataque ocorrido na semana passada contra a sede da frota russa do Mar Negro na Crimeia, que é ocupada pela Rússia.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, afirmou durante um briefing que o ataque foi premeditado e envolveu o uso de recursos de inteligência ocidentais, incluindo satélites da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e aeronaves de reconhecimento.

Apesar de os Estados Unidos e outros aliados ocidentais terem fornecido equipamento militar e treinamento para a Ucrânia, autoridades norte-americanas negaram envolvimento direto na defesa da Ucrânia contra a invasão russa.

Tags: