A edição histórica de comemoração aos 75 anos da ONU (Organização das Nações Unidas) será marcante também por outro motivo. Pela primeira vez, governantes e líderes do mundo todo se encontrarão apenas por meio de conferências virtuais, devido à pandemia de Covid-19.
As reuniões da Assembleia começam na próxima terça (15) e se estendem até 1º de outubro. O ponto alto da Assembleia, principal encontro da diplomacia global, é a série de discursos dos presidentes e chefes de Estado, que falam em 22 de setembro.
A sessão é a oportunidade para que as principais lideranças discorram sobre um assunto livre, de seu interesse – espaço ideal para marcar posição, em termos políticos, frente aos demais países.
Por causa da pandemia, os líderes poderão se pronunciar via vídeos pré-gravados. Um representante de cada país levará o material para ser transmitido “ao vivo” em Nova York, nos EUA, onde fica a sede da ONU.
Renovação do multilateralismo
A comemoração aos 75 anos da ONU deve renovar o apoio da entidade ao multilateralismo. O objetivo é aumentar o acesso dos diversos países a uma posição de protagonismo no cenário global.
As Nações Unidas veem o incentivo ao multilateralismo como “cada vez mais urgente”. O conceito seria vital para aprimorar a resposta aos problemas sociais e econômicos legados pela pandemia.
A discussão sobre a conduta da OMS (Organização Mundial da Saúde) durante os primeiros meses da pandemia também deve ter destaque.
Um comitê independente já se articula para verificar a atuação do órgão durante a pandemia. A meta é endereçar acusações de governos como o dos EUA, que veem negligência da China na disseminação do novo coronavírus e excessiva complacência do órgão.
França e Alemanha já buscam aliados para aumentar o financiamento dos Estados-membros à sigla nos próximos anos. No biênio 2020-21, o Orçamento da OMS é de US$ 5,84 bilhões.
Em 2018-2019, entre contribuições voluntárias e obrigatórias para membros, os maiores doadores foram os EUA, com US$ 851 milhões. Na sequência, o Reino Unido, com US$ 463,4 milhões, e a Fundação Bill e Melinda Gates, com US$ 455,3 milhões.
Também figuram no top cinco a aliança global pela vacinação GAVI, com US$ 388 milhões, e a Alemanha, com US$ 358 milhões.
Temas relacionados ao meio ambiente e os direitos das mulheres e minorias também terão destaque nesta edição. O revés no progresso de pautas de igualdade de gênero durante a pandemia entrará na pauta.
As Nações Unidas também alertam para o impacto ambiental da ação humana. Os representantes discutirão as questões no dia 1º de outubro.