Israel experimenta isolamento global e registra as mais significativas baixas desde outubro

Forças israelenses perderam dez combatentes nas últimas 24 horas, entre eles um coronel e um tenente-coronel

Nesta quarta-feira (13), Israel anunciou que enfrentou suas piores perdas em combate em mais de um mês, resultantes de uma emboscada em meio aos escombros de uma Gaza devastada pela guerra contra o Hamas. Além disso, o país está experimentando um crescente isolamento diplomático por conta do aumento nas mortes de civis e uma consequente catástrofe humanitária dentro do enclave. As informações são da agência Reuters.

Confrontos intensos entre as Forças de Defesa de Israel (IDF, da sigla em inglês) e o Hamas estão sendo travados no norte e sul de Gaza, apesar do apelo da ONU (Organização das Nações Unidas) por um cessar-fogo humanitário imediato. O presidente dos EUA, Joe Biden, expressou preocupação com os bombardeios “indiscriminados” de Tel Aviv, alertando sobre o impacto negativo que tais ações causam no apoio internacional.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que as forças militares persistirão na luta, mesmo diante da pressão internacional pelo fim dos combates. Ele declarou aos soldados em Gaza, por meio de uma mensagem transmitida por rádio, que a operação “continuará até a vitória”, ignorando as pressões externas.

Tranquilo

Israel registrou a perda de 10 soldados nas últimas 24 horas, incluindo um coronel que comandava uma base avançada e um tenente-coronel responsável por um regimento, marcando o dia mais trágico desde 31 de outubro.

Em Gaza, a maioria das mortes, ocorridas no distrito de Shejaia, resultou de uma emboscada contra as tropas que tentavam resgatar soldados envolvidos em confrontos com o Hamas em um prédio. Os extremistas afirmaram que este incidente demonstra a incapacidade das forças israelenses de conquistar o território palestino.

O grupo político e militar palestino advertiu que quanto mais tempo Israel permanecer na região, mais significativas serão as perdas, e a retirada resultará em decepção e perdas para as forças israelenses.

Após o lançamento de uma campanha para aniquilar o Hamas, que controla Gaza, Israel inicialmente recebeu apoio global. No entanto, desde os eventos de 7 de outubro, quando insurgentes cruzaram a cerca da fronteira, causando 1,2 mil mortes e 240 reféns israelenses, a situação evoluiu. Em resposta, Israel sitiou e devastou grande parte do enclave, resultando em 18.608 mortes e 50.594 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza até esta quarta-feira.

Desde o colapso de uma trégua de uma semana no início de dezembro, as IDF ampliaram sua campanha terrestre de norte a sul da Faixa de Gaza, incluindo um ataque à cidade principal do sul, Khan Younis. Embora Israel tenha afirmado anteriormente ter alcançado grande parte de seus objetivos militares no norte, os combates persistem em meio ao que sobrou dessa região.

Os hospitais no norte estão paralisados devido à operação militar, enquanto o sul lida com um fluxo constante de mortos e feridos, transportados em grande quantidade dia e noite. Israel alega facilitar a ajuda humanitária pela fronteira egípcia e anunciou pausas diárias de quatro horas nas operações próximas a Rafah para permitir a movimentação de civis.

A ONU destaca desafios nas inspeções e insegurança, o que limita os fluxos de assistência.

Tags: