Líder afegão deve sugerir novo acordo político para negociação com o Taleban

O presidente afegão Ashraf Ghani listou três fases para uma conciliação com o Taleban, após rejeitar plano norte-americano

O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, deve sugerir um acordo político com o Taleban na nova rodada de negociação para um cessar-fogo no país. A reunião, ainda sem data definida, está prevista para acontecer na Turquia.

A proposta de Ghani, de três fases, vem na sequência de uma rejeição às sugestões dos EUA. No documento norte-americano, assinado pelo secretário de Estado Anthony Blinken, Washington propunha um novo governo interino, com representantes do Taleban.

Líder afegão deve sugerir acordo político em nova negociação com o Taleban
O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, em coletiva de imprensa na capital afegã, Cabul, setembro de 2017 (Foto: Divulgação/U.S. Air Force/Jette Carr)

As medidas de Ghani estão em um relatório prévio ao qual a Reuters teve acesso. No documento, Cabul sugere o consenso sobre um acordo político e um cessar-fogo monitorado internacionalmente durante a primeira fase do processo de estabilização.

Em seguida, correria uma eleição presidencial e o estabelecimento de um “governo de paz”. A segunda etapa também abrange “arranjos de implementação” para a criação de um novo sistema político.

Já a terceira e última fase prevê a construção de uma “estrutura constitucional, a reintegração dos refugiados e desenvolvimento para avanço do Afeganistão”, diz o documento.

Pressão

Washington pressiona pela realização de uma nova conferência com participação da ONU (Organização das Nações Unidas) ainda em abril. O encontro poderia finalizar o acordo de paz, fragilizado pela promessa de retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão, que deve ocorrer até 1º de maio.

A aproximação da data, definida em um acordo entre os EUA e o Taleban em fevereiro de 2020, irrompeu uma onda de violência no país. Militantes talibãs e forças de Cabul se envolveram em uma caçada mútua e confrontos armados em todo o território afegão.

O presidente dos EUA, Joe Biden, já afirmou que a saída das tropas seria “difícil” até 1º de maio. “Mas não acho que estaremos lá no ano que vem”, apontou.

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