VÍDEO: Após morte de oficial do IRGC, Irã divulga animação que simula assassinato de Netanyahu

Sayyed Razi Mousavi era um dos conselheiros mais experientes do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica iraniana na Síria

Na terça-feira (26), autoridades militares iranianas divulgaram um vídeo animado que retrata o que eles alegam ser o assassinato do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. O episódio ocorre em um momento de crescente tensão no Oriente médio desencadeada pela morte de Sayyed Razi Mousavi, comandante sênior do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em inglês). As informações são da revista Newsweek.

Na simulação, Netanyahu está participando de uma reunião com militares no centro de comando e é assassinado quando uma bomba, previamente plantada sob sua mesa, explode.

A divulgação das imagens segue uma estratégia semelhante à adotada por Teerã há três anos com o vídeo que retrata o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sendo alvo de um ataque de drone em um campo de golfe, após a morte do general iraniano Qasem Soleimani, ocorrida em 2020 no Iraque.

Na segunda-feira (25), um veículo de mídia estatal iraniano reportou que Mousavi, que atuava como conselheiro do IRGC na Síria, foi morto em um ataque aéreo próximo à capital, Damasco. Ele era não apenas um dos membros mais antigos da força militar de elite em território sírio, mas também o coordenador-chefe da aliança militar entre Teerã e o país devastado pela guerra. A veracidade da informação foi posteriormente confirmada por fontes ouvidas pela agência Reuters.

Nos últimos meses, Israel tem intensificado seus ataques militares na Síria, na região de fronteira ao norte. A justificativa oficial do governo israelense é que essas operações têm como alvo grupos afiliados ao Irã. O Irã, por sua vez, tem mantido presença militar na Síria desde as fases iniciais da guerra civil no país.

O aumento da frequência desses ataques ocorreu após o ataque de 7 de outubro pelo Hamas, grupo radical que controla a Faixa de Gaza, que resultou na morte de aproximadamente 1,2 mil pessoas.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na sede da ONU em Nova York EUA, em imagem de 2018 (Foto: UN Photo/Cia Pak)

O IRGC atribuiu a responsabilidade pelo ataque a Israel, enquanto as Forças de Defesa de Israel (IDF, da sigla em inglês) se recusou a comentar oficialmente sobre o assunto. O porta-voz das IDF, contra-almirante Daniel Hagari, afirmou anteriormente que não comentaria relatórios estrangeiros, mas destacou que as forças israelenses têm a responsabilidade de “proteger os interesses de segurança” do país na região do Oriente Médio.

Segundo o embaixador do Irã em Damasco, Hossein Akbari, Mousavi estava na embaixada cumprindo suas funções diplomáticas e acabou sendo atingido por mísseis disparados por Israel ao voltar para casa do trabalho, repercutiu a rede Fox News.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, interpretou o assassinato como um sinal de fraqueza por parte de Israel. “Este ato mostra que o regime sionista na região está se sentindo frustrado e fraco, e certamente terá consequências”, disse.

Nasser Kanaani, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, afirmou à TV estatal que Teerã se reserva o direito de tomar medidas necessárias em resposta à ação, “no momento e local apropriados”.

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