Beijing apoia presidente da Guiné, Alpha Condé, após acusação de fraude eleitoral

China foca nos ricos minérios de ferro e bauxita do país africano; com decisão, Condé permanece no poder até 2026

As acusações de fraude eleitoral na Guiné não impediram Beijing de oferecer apoio ao presidente reeleito pela terceira vez, Alpha Condé, nesta segunda (9).

A riqueza guineense em minério de ferro e bauxita, usados na fabricação de aço e alumínio – produtos de alta demanda na China –, é o principal elo entre os dois países.

“Estamos prontos para trabalhar ao lado da Guiné”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin, registrou a Reuters.

Além da parceria comercial, a China é a principal credora da Guiné. Em 2017, Beijing aceitou emprestar US$ 20 bilhões ao longo de duas décadas em troca de concessões de bauxita do país da África Ocidental.

Beijing oferece apoio a Alpha Condé após acusações de fraude eleitoral na Guiné
Os presidentes de Guiné, Alpha Condé (à esq.) e o presidente da China, Xi Jinping, em encontro na capital chinesa, Beijing, em setembro de 2018 (Foto: Xinhua/Zhang Ling)

O maior produtor de aço chinês, Baowu Group, também pretende investir na mina de ferro Simandou, na Guiné, e desenvolver um depósito com outras siderúrgicas.

Mas mesmo com o apoio econômico chinês, parte da população não aprova a reeleição de Condé. O pleito, realizado no dia 18, desencadeou uma série de protestos e disputas de oposicionistas com o atual governo.

Com uma manobra na legislação, Condé garantiu a sua concorrência ao pleito e sua vitória com 59,9% dos votos. Candidatos contrários contestam o resultado e já pediram a revisão do pleito.

A discussão foi encerrada com a decisão em última instância do Tribunal Superior de Guiné, no sábado (7). A corte decretou que a terceira eleição do presidente é constitucional, o que pavimenta o caminho para que o político de 82 anos permaneça no cargo até 2026.

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