Deslocados voltam a campo de refugiados em Burkina Faso

Campo de Goudoubo abrigava 9 mil refugiados de Mali desde 2012; local foi alvo de ataques jihadistas em março

Mais de três mil deslocados de Mali voltaram ao campo de refugiados de Goudoubo, ao nordeste de Burkina Faso, nove meses após terem sofridos ataques, disse a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) nesta segunda (21).

O retorno só foi possível depois que o governo burquinês reforçou a segurança dentro e fora do local. Os refugiados de Goudoubo deixaram o campo após ataques e ameaças de extremistas em março.

A área abrigava nove mil deslocados malineses desde 2012. Uma parte fugiu para a cidade vizinha de Dori, que já sofria com vulnerabilidades em abrigos, água potável e serviços de saúde. Cerca de 5 mil optaram por voltar ao Mali.

Deslocados voltam a campo de refugiados após meses de ataques em Burkina Faso
Retorno dos deslocados de Mali ao campo de refugiados de Goudoubo, em Burkina Faso, em dezembro de 2020 (Foto: UN Photo/Moumouni Kone)

No retorno, a Acnur e Comissão Nacional para Refugiados (Conaref) construíram novos 1,5 mil abrigos, reabasteceram a clínica de saúde e escolas. A volta dos refugiados também deve movimentar a agricultura local.

O Mali enfrenta, além de grave crise política, o avanço de grupos jihadistas no interior do país desde 2012. Já Burkina Faso vive a crise humanitária que mais cresce no mundo, segundo a ONU.

O país já hospeda cerca de 20 mil refugiados do Mali. Estima-se que um milhão de pessoas em toda a região do Sahel, de dois milhões de habitantes, se deslocaram devido à violência. O número representa uma em cada 20 na região.

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