EUA oferecem dinheiro por informações sobre cargas ilícitas do Oriente Médio

Pagamento por informações que incluam ataques planejados contra norte-americanos pode chegar a US$ 100 mil

A Quinta Frota dos Estados Unidos, com sede no Golfo Pérsico, está oferecendo recompensas financeiras em troca de informações que levem à apreensão de armas, drogas e outros carregamentos ilegais na região. Os esforços da Marinha americana ocorrem paralelamente ao aumento das tensões com o programa nuclear do Irã e o armamento dos rebeldes houthis do Iêmen, apoiados por Teerã na luta contra a coalização liderada pela Arábia Saudita. As informações são da rede FOX6 News Milwaukee.

Mesmo que não tenha mencionado diretamente o Irã, a decisão de oferecer dinheiro em troca de inteligência no Golfo Pérsico, anunciada no último dia 28 por meio do Programa de Recompensas do Departamento de Defesa, pode aumentar a pressão sobre o fluxo de armas para os insurgentes iemenitas, já que um cessar-fogo instável ainda vigora no Iêmen. Os houthis controlam a maior parte do norte do país e a capital Sanaa.

O destróier USS Jason Dunham navega na área de responsabilidade da 5ª Frota dos EUA (Foto: WikiCommons)

O comandante Timothy Hawkins, porta-voz da Quinta Frota, disse à agência Associated Press que “qualquer atividade desestabilizadora tem nossa atenção”. E acrescentou: “Definitivamente, vimos no ano passado um sucesso vertiginoso na apreensão de narcóticos ilegais e armas ilícitas. Isso representa mais um passo em nosso esforço para aumentar a segurança marítima regional”.

As recompensas podem chegar a US$ 100 mil ou o equivalente em veículos, barcos ou alimentos por informações que incluam ataques planejados contra forças americanas.

Dados da Quinta Frota apontam que, em um trabalho conjunto com aliados, US$ 500 milhões foram apreendidos apenas em drogas em 2021, cifra que ultrapassa os quatro anos anteriores somados. Também foram interceptadas 9 mil armas no mesmo período, três vezes o número apreendido em 2020.

Quanto às armas, o principal destino parece ser o Iêmen. Apesar de um embargo de armas do Conselho de Segurança das Nações Unidas ao país, o Irã há muito transfere rifles, granadas disparadas por foguete, mísseis e outros armamentos para os houthis. Embora Teerã rejeite a acusação de que fornece armas aos houthis, especialistas independentes, nações ocidentais e especialistas da ONU (Organização das Nações Unidas) têm evidências de que isso ocorre.

guerra no país começou depois da derrubada do presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi, no final de 2014. No ano seguinte, a coalização liderada por Riad e com inteligência dos EUA entrou no conflito para restaurar o mandatário.

Por que isso importa?

Desde 2021, os houthis têm intensificado os ataques com mísseis e drones contra empresas e órgãos governamentais sauditas, o que levou Washington a incluir o grupo em sua lista de grupos terroristas internacionais. Os rebeldes rejeitam a proposta saudita de cessar-fogo e exigem a abertura do espaço aéreo e portos do Iêmen.

crise humanitária reflexo do conflito é uma das mais graves do mundo, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). Cerca de dois milhões de civis migraram para cerca de 140 alojamentos improvisados no meio do deserto. O acesso a alimentos e água potável é escasso.

Mais de 13,6 mil moradores já deixaram Marib temendo a onda de violência que pode se instalar na cidade. Há relatos de que os houthis recrutam menores – em especial crianças – para a linha de frente das batalhas e para esgotar as munições das forças adversárias.

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