Com taxa de natalidade menor, governo de Xinjiang nega esterilização forçada

Nascimentos em Xinjiang caíram quase um terço em 2018; motivo é "política de planejamento familiar", diz governo

Em um fax enviado à CNN, o governo de Xinjiang reconheceu a redução das taxas de natalidade mas negou que haja esterilização forçada de mulheres da minoria uigur na província chinesa.

De acordo com a carta, o volume de nascimentos caiu quase um terço em 2018 em comparação com o ano anterior. A queda foi de 15,88 a cada mil pessoas em 2017 para 10,69 para a mesma proporção em 2018.

De acordo com a carta, a mudança se deve à “implementação abrangente da política de planejamento familitar”.

Com taxa de natalidade menor, governo de Xinjiang nega esterilização forçada
Mulher e menino uigures em uma das ruas da capital de Xinjiang, Urumqi, em agosto de 2009 (Foto: Flickr/Dmitry P)

O documento de seis páginas, o governo responde perguntas feitas pela emissora norte-americana a um artigo publicado em julho pela CNN. Na reportagem, mulheres da minoria uigur denunciavam uma campanha de abuso e controle de natalidade do Estado.

De acordo com dados do governo local, havia cerca de mil novos implantes de DIU para cada 100 mil pessoas em 2018.

O volume corresponde a 80% de todos os implantes disponibilizados no país naquele ano. No restante da China, há registro de 21 implantes a cada 100 mil habitantes.

A população, conforme a carta, aumentou em mais de três milhões de pessoas entre 2010 e 2018. “Os direitos e interesses dos uigures e de outras minorias étnicas foram totalmente protegidos”, respondeu o governo.

A comunidade uigur é de maioria islâmica. A população é vista pela maioria han, 92% dos chineses, com desconfiança. Os uigures enfrentam discriminação da sociedade em geral e do próprio governo em Beijing.

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