Cidadãos de países da Ásia central têm convivido com a falta de remédios em farmácias, o aumento de preços desses produtos e pouca ajuda do governo em meio à pandemia do novo coronavírus.
Segundo a Radio Free Europe, no Tajiquistão, o valor de remédios como antivirais subiu dez vezes desde o registro da primeira infecção por coronavírus no país, no final de abril.
As autoridades informaram que 50 farmácias foram multadas por aumento injustificado de preços de medicamentos essenciais. Milhares de processos administrativos foram abertos contra mais de 470 funcionários de drogarias.
Além disso, cidadãos precisam arcar com custos de medicamentos e outros suprimentos para internações atribuídas pelo governo como gratuitas. Até esta quarta (29), 7,2 mil foram infectados e 60 morreram pela doença no país, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Sistema de saúde
Aspirina, antibióticos, antivirais e outros medicamentos básicos estão em falta no Cazaquistão. O país também é atingido por uma superlotação do sistema de saúde público.
Pacientes são mandados para fazerem o tratamento em casa, já que não há leitos suficientes para todos os doentes nos hospitais. O país já registrou 84 mil casos e 585 mortes pela doença, segundo a OMS.
A demanda por leitos também acontece no Quirguistão, onde 33,8 mil infecções foram registradas e 1,3 mil pessoas morreram pela doença.
Uzbequistão
Médicos acusam o governo de quebrar a promessa de aumentar os salários durante a pandemia no Uzbequistão. Segundo os profissionais de saúde, há também atrasos nos pagamentos e falta de equipamentos de proteção.
Além disso, os testes de diagnóstico para os médicos são irregulares, aumentando o risco de contaminação entre os profissionais de saúde e seus familiares. Até agora, o país registrou 21,5 mil infecções e 119 mortes, de acordo com a OMS.
Turcomenistão
Oficialmente, o fechado Estado do Turcomenistão continua livre de infecções do coronavírus. No entanto, o governo já é conhecido pela falta de transparência.
O número de pacientes nos hospitais aumentou, assim como o pedido para que farmácias enviem anti-virais para a capital. As autoridades também determinaram a pulverização de desinfetantes no ar, medida justificada para “evitar a propagação de doenças infecciosas”.