A estratégia do governo da ex-república iugoslava Macedônia do Norte, para amenizar a crise foi disponibilizar um auxílio emergencial de cerca de US$ 160. O recurso macedônio fica disponível em um cartão de crédito, mas ele só pode ser usado para produtos e serviços locais.
Segundo a Radio Free Europe, só tem direito a quantia as famílias que ganham menos de US$ 273 por mês, equivalente a um salário mínimo. Ao todo, o governo disponibilizará US$ 12,4 milhões.
Diante da dificuldade de reabertura do comércio local, outro programa semelhante incentiva gastos das famílias macedônias com turismo dentro do país, como estadias em hotéis e atividades recreativas.
Até esta quinta (9), a Macedônia do Norte registrou 7,4 mil casos confirmados da doença e 359 óbitos, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Preferências
Os cartões de crédito fazem parte de um terceiro pacote de ações governamentais para compensar os efeitos da pandemia. Mas também é uma resposta à preferência dos macedônios por produtos importados.
Uma recente análise do governo do país de dois milhões de habitantes aponta que o gasto com produtos vindos de outros países é duas vezes maior em relação aos itens fabricados na Macedônia do Norte.
O benefício significaria não só um estímulo econômico para as famílias, mas um possível crescimento na receita das empresas locais.
Economia
Antes de ser atingida pela pandemia do coronavírus, a Macedônia do Norte previa um crescimento de 3,8% para 2020. No entanto, a previsão foi revista e agora aponta para uma retração de 4% — o quanto o país cresceu em 2019.
Para absorver os impactos, o governo destinou cerca de US$616 milhões para assistência econômica, cerca de 5,5% do PIB, segundo números da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
A organização considera como “bastante ousadas” as medidas adotadas pelo governo macedônio, devido a pequena dimensão econômica do país. Os pacotes abrangeriam ainda diversos grupos-chave severamente afetados pelo Covid-19.
A criação do cartão ocorre próximo às eleições, marcadas para o dia 15 de julho. Originalmente, o pleito ocorreria em abril, mas foi adiado devido à pandemia.
O país adotou o nome de Macedônia do Norte em 2019, depois de um longo impasse com os gregos. O vizinho do sul também tem uma região de mesmo nome, que exigia a mudança.