Cerveja e maconha grátis ajudam a alavancar vacinação nos EUA

Empresas e governos lançaram as campanhas depois que milhares deixaram de procurar o reforço ao imunizante

Enquanto muitos países pobres, principalmente na África Subsaariana, seguem com acesso restrito às vacinas contra a Covid-19, empresas e Estados norte-americanos oferecem prêmios para os cidadãos que decidem se imunizar.

As vantagens vão desde prêmios em dinheiro até cerveja e maconha grátis, de acordo com o site norte-americano Cnet. O objetivo é incentivar a inoculação das duas doses das vacinas Pfizer ou Moderna, já que dados do governo dos EUA apontam que muitas pessoas não buscaram a segunda aplicação do imunizante.

Dinheiro, donuts e maconha grátis estão entre 'prêmios' para incentivar 2ª dose de vacina nos EUA
Soldado dos EUA inocula cidadã de Brooklyn Park, Maryland, 12 de maio de 2021 (Foto: Divulgação/U.S. Air National Guard/Sarah McClanahan)

Em Nova York, ativistas pela legalização do uso recreativo da maconha distribuíram doses do ativo em Manhattan e Washington para quem já tivesse recebido pelo menos uma dose da vacina, registrou a Reuters. O governo estadual ainda distribuiu aos vacinados raspadinhas que sorteavam até US$ 5 milhões.

No estado de Ohio, cinco pessoas vacinadas receberão US$ 1 milhão cada, num sorteio que envolverá os maiores de 18 imunizados. Além disso, cinco crianças entre 12 e 18 anos – agora elegíveis para a vacina Pfizer – poderão ganhar uma bolsa de estudos integral de quatro anos em qualquer uma das universidades estaduais do território.

Sobremesa e carona grátis

A companhia de doces Krispy Kreme, por exemplo, oferece um donut grátis por dia até o final de 2021 a todos que receberem a segunda dose da vacina. A Budweiser se comprometeu a oferecer uma cerveja grátis a todos os maiores de 21 anos 100% imunizados.

O estado de Nova Jersey também incentivou a população com a promessa de uma cerveja grátis. Assim como nas outras campanhas, para receber basta que o cidadão mostre o cartão de vacina atualizado. Equipes esportivas estaduais também ofereceram ingressos de jogos gratuitos ou com desconto.

Já a loja de departamento Office Depot ofereceu uma proteção de plástico gratuita à carteira de vacinação para que os civis possam transportá-la em segurança quando necessário. A rede de fast food White Castle dá uma sobremesa grátis, e a Uber garante o transporte gratuito de quem precisa chegar aos centros de vacinas.

Empregadores também entraram na onda de benefícios. Muitos concederam uma licença remunerada ou bônus em dinheiro aos empregados que fossem receber a vacina. Há relatos de prêmios e benefícios na grande maioria dos Estados norte-americanos.

Apesar da necessidade dos prêmios, os EUA estão entre os países que mais vacinaram contra a Covid-19 no mundo. O país já aplicou 286 milhões de doses em 130 milhões de pessoas – pouco mais de 39% da população total.

Dinheiro, donuts e maconha grátis estão entre 'prêmios' para incentivar 2ª dose de vacina nos EUA
Produção de vacinas à Covid-19 no Instituto Serum da Índia em março de 2021 (Foto: Unicef/Dhiraj Singh)

Na Tailândia, distrito incentiva vacinação com sorteio de gado

Na Tailândia, o distrito de Mae Chaem, na província de Chiang Mai, ao norte do país, está sorteando uma vaca viva por semana até o final do ano a todos os imunizados da Covid-19. O objetivo é impulsionar a campanha de vacinação no local, registrou o diário “Bangkok Post”.

A campanha foi recebida com entusiasmo na cidade de 43 mil habitantes. E deu resultado, relatou o chefe do distrito Boonlue Thamtharanurak. “Nossos números de registro de vacina passaram de centenas para milhares em alguns dias”.

A província deve iniciar sua campanha de vacinação em 7 de junho, conforme o cronograma oficial do governo. Outras províncias do país também criaram incentivos para fomentar a imunização. Há prêmios como colares de ouro, cupons de desconto e doações em dinheiro.

O país do sudeste asiático acaba de enfrentar o maior surto desde o início da pandemia. A maioria de seus 130 mil contágios confirmados e 776 mortes foram registradas nos últimos dois meses.

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