Cinco anos após pandemia, dúvidas sobre origem e mortes por Covid-19 ainda persistem

Com mais de 1,2 milhão de casos fatais, Estados Unidos encabeçam a lista de país que mais registraram óbitos em razão da doença

Há cinco anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciava oficialmente que o surto de Covid-19 era uma pandemia, levando bilhões de pessoas ao isolamento social em todo o mundo. De lá para cá, embora a ciência tenha avançado no conhecimento do vírus, a sociedade ainda busca respostas para algumas das questões mais cruciais, especialmente sobre o número real de vítimas e a origem exata do SARS-CoV-2. As informações são da rede ABC News.

Segundo dados mais recentes divulgados pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, até 6 de março deste ano, pelo menos 1.222.603 americanos haviam morrido em decorrência da Covid-19, número que posiciona o país como o que registrou mais óbitos confirmados pela doença em todo o mundo. No entanto, especialistas advertem que esses dados não refletem totalmente a realidade.

Medidas de combate à Covid-19 em Xangai, na China (Foto: Xiangkun ZHU/Unsplash)

“Mais de um milhão de pessoas já é uma tragédia por si só, vamos partir desse fato óbvio”, afirma o especialista em doenças infecciosas Cameron Wolfe, da Escola de Medicina da Universidade Duke.

Wolfe explica que contabilizar vítimas é complexo porque mortes causadas por condições associadas ao vírus, como ataques cardíacos após a infecção ou quedas provocadas por debilidade, nem sempre são incluídas nas estatísticas oficiais.

Como surgiu o vírus?

Enquanto a contagem precisa das mortes permanece incerta, também segue aberta a investigação sobre o surgimento do vírus. “Sabemos que surgiu na China, em Wuhan. Isso é muito claro”, disse Wolfe.

Apesar disso, há discordância entre autoridades sobre se o vírus saltou de animais para humanos em um mercado da cidade chinesa ou se teria escapado acidentalmente de um laboratório local.

“Talvez nunca saibamos a verdadeira origem do SARS-CoV-2”, reconhece Wolfe, ressaltando que investigar essa questão é essencial para prevenir futuras pandemias. “Temos mecanismos de segurança melhores agora… então, algumas coisas boas surgiram disso tudo.”

Um estudo publicado em setembro reforçou a teoria de que o vírus foi transmitido para humanos por animais infectados em um mercado de frutos do mar e vida selvagem, embora a certeza absoluta ainda não tenha sido alcançada. A constatação foi feita por pesquisadores e baseada e indícios genéticos apontando que o cão-guaxinim poderia ser um possível hospedeiro responsável pela transmissão do vírus para humanos.

O artigo, entretanto, não descarta completamente a hipótese de que o vírus tenha sido introduzido no mercado por humanos, embora considere essa segunda teoria pouco provável.

Em fevereiro de 2021, a OMS (Organização Mundial da Saúde) descartou qualquer possibilidade de a Covid-19 ter sido criada ou vazada de um laboratório. “Extremamente improvável”, disse a entidade.

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